sexta-feira, 21 de abril de 2017

(Capítulo 15 – Viagem ao céu)

Passamos um bom tempo ali, aos beijos, sentido os carinhos um do outro, a presença e companheirismo. Quando comecei a reclamar dos meus pés que não paravam de doer, Luan me acompanhou até onde Laura estava sentada.

– Eu vou falar com o Rafa. – Beijou minha mão – Já volto.

– Ficarei bem aqui te esperando. – Sorri – Oi, Laurinha. – Sentei ao seu lado.

– Onde vocês estavam? – Perguntou sorrindo – Todos perguntaram por vocês, inclusive Caio chegou aqui te procurando.

– Aí meu Deus. – Coloquei a mão sobre meu rosto – Eu esqueci que Caio tinha ido buscar uma água pra mim.

– Luan chegou bem na hora, hem?

– Nem me lembre desse episódio.

– Ele é muito lindo, né? Pelo amor de Deus.

– Sim, mas meu coração não permitiu que eu fizesse aquilo.

– Porque ele está muito apaixonado por outro. – Ela falou naturalmente.

– Laura...

– A quem você quer enganar, Alice? Você tá completamente apaixonada por Luan, não adianta negar.

– Mas e o que ele sente? – A olhei triste – Eu não sei o que ele sente.

– Ele é louco por você. – Falou me olhando nos olhos – Vocês são dois idiotas que não assumem logo o que sente um pelo outro.

– Você pensa que as coisas são fáceis assim? Luan tem a mulher que ele quiser, na hora que ele quiser.

– Certo, mas com quem ele está agora? – Perguntou me olhando séria.

– Comigo. – Respondi abaixando a cabeça.

– Deixe que o destino faça a parte dele a partir de agora.

Laura era assim, a realidade comia em sua mão. Ela era razão e emoção, andando lado a lado, sem criar expectativas, mas sem deixar de esperar por aquilo que ela acredita. Continuamos conversando enquanto Luan e Douglas estavam juntos com seus amigos, era maravilhoso conversar com Laura nesses momentos de difícil decisão para a minha vida. Laura me contou que tinha combinado com Douglas sobre a viagem, disse que passaria toda essa semana com ele em Campo Grande.

– Então quer dizer que eu vou passar a semana sozinha? – Choraminguei – Eu não acredito que você vai me deixar.

– É por uma boa causa. – Sorriu me olhando – Vou poder descansar e você não terá mais motivos para reclamar do meu estresse.

– Espero que você volte comprometida dessa viagem. – Ela gargalhou tomando sua bebida.

– Com licença... – Um rapaz se aproximou da nossa mesa – Desculpa incomodar. – O olhei sem entender – É que faz tempo que eu estou te observando. – Me olhou indiscretamente – Será que você pode me dar seu número? – E antes mesmo que eu pudesse responder, Luan chegou com Douglas ao seu lado.

– Não, ela não pode não. – Respondeu me deixando sem reação.

– Luan Santana? – O olhou surpreso.

– Tudo bom, cara? Quer um autógrafo?

– Não precisa. – Engoliu o seco.

– Ela tá acompanhada. – Falou sério e o rapaz saiu sem nem olhar mais na minha cara.

– Ele estava incomodando vocês? – Douglas perguntou sentando ao lado de Laura. 

– Não, ele só chegou e pediu o número da Alice. – Falou natural.

– Hoje você tá impossível, hem? – Luan falou ainda de pé.

– O que é que eu posso fazer? – Perguntei o olhando – Senta aqui. – Pedi e ele sentou ao meu lado – Quem sabe assim ninguém mais se aproxima. – Segurei o riso.

– Você brinca comigo, Alice! – Tomou um pouco da sua bebida.

– Você ficou com ciúmes? – Perguntei em seu ouvido – Hem? – Beijei seu pescoço.

– Talvez. – Me olhou sério.

– O que você tá bebendo aí? – Perguntei pegando seu copo – O que é isso?

– Experimenta. – Provei um pouco da sua bebida e era extremamente forte.

– Misericórdia, Luan! – O devolvi fazendo careta e todos riram – Como você consegue beber isso?

– É a melhor bebida que existe. – Mordeu meu queixo.

– Credo, imagina se fosse a pior. – Falei tomando um pouco de água.

Continuamos os quatro ali, rindo, brincando e jogando conversa fora. Já se passavam das 3hs da madrugada e toda vez que eu olhava para Luan, conseguia perceber que ele estava no limite do seu cansaço. Até que Laura chamou Douglas para dançar uma música com ela e ele foi, me deixando sozinha com Luan.

– Você tá cansado, né?

– Um pouco. – Confessou colocando seu rosto na curva do meu pescoço.

– Não quer ir embora? Hoje você ainda tem show.

– Só se você for comigo. – Me olhou sério – Quer ir?

– Você quer mesmo que eu vá? – Beijei o canto de sua boca.

– É tudo o que eu mais quero. – Selou nossos lábios em um beijo gostoso.

– Então tudo bem... – Interrompi o beijo – Vamos. – Nos despedimos de nossos amigos e quando estávamos descendo do camarote, demos de cara com Bruna.

– Então quer dizer que vocês estão juntos? – Sorriu nos olhando.

– Vocês já se conhecem? – Luan perguntou sem entender.

– Nos conhecemos hoje mais cedo. – Sorri – Sua irmã é encantadora.

– Até que enfim você fez uma ótima escolha, Pi.

– Bruna, depois a gente conversa melhor. – Eles trocaram um olhar de cumplicidade e ela concordou.

– Já está indo?

– Sim. – Ele falou segurando minha mão – Se cuida, tá? Segunda eu estou em casa. – Deixou um beijo carinhoso no rosto dela.

– Tá. – Sorriu – Cuida do meu irmão, hem cunhada? – Concordei meio sem jeito.

– Beijo. – A abracei carinhosamente – Até um próximo encontro.

– Posso pegar seu número com Luan?

– Claro, aí a gente combina alguma coisa.

– Tá, beijos meus amores. – Soltou um beijo no ar.

Seguimos para o estacionamento, onde Luan dirigia um carro e logo atrás da gente, seguia outro carro com dois seguranças. Enquanto ele dirigia concentrado, eu aproveitava para dar uma olhada nas minhas redes sociais. Foram menos de 40 minutos quando chegamos ao estacionamento do hotel. Luan esperou um pouco até que os seguranças chegassem para nos acompanhar, coisa que não demorou muito e logo um deles abriu a porta pra mim. Agradeci com um meio sorriso, Luan segurou minha mão sem falar absolutamente nada e subimos para seu quarto. Quando entramos no elevador, ele começou a brincar com meus dedos, mas continuou calado e pensativo.

– Tá tudo bem? – Perguntei o olhando.

– Está sim. – Respondeu sem me olhar. 

– Então olha pra mim. – Segurei seu rosto – Tem certeza? 

– Tenho... – Respirou fundo – Só estou um pouco cansado.

– Tudo bem. – Concordei segurando mais forte sua mão.

– Eu só preciso que você fique aqui comigo.

– Eu estou aqui. – Selei nossos lábios.  

O elevador se abriu e mais uma vez ele segurou minha mão, fazendo com que eu me sentisse imensamente segura. Ele abriu a porta do quarto e pediu que eu entrasse, sentei na cama e cuidei logo de tirar aquelas sandálias que estavam literalmente me matando. Ele tirou sua jaqueta e jogou próximo de onde eu estava, tirou sua bota e colocou em um canto próximo de sua mala. Então seguiu ainda calado até a varanda, levantei silenciosamente e fui até ele, o abraçando por trás.

– Quer que eu te faça uma massagem pra você relaxar um pouco? – Perguntei enquanto ele fazia carinho em minhas mãos.

– Você faria? – Perguntou colocando-me de frente para ele.

– Claro que sim. – Beijei a pontinha do seu nariz.

– Quer tomar um banho comigo? Tem uma banheira deliciosa lá dentro. – Sorriu me fazendo agradecer a Deus por aquele sorriso.

– Não sei... – Falei me afastando – Eu não sei se você sabe, mas eu sou uma moça de família.

– É mesmo? – Cruzou os braços me olhando.

– E eu não posso sair por aí tomando banho de banheira com qualquer um.

– Ah, então eu sou qualquer um? – Levantou uma sobrancelha – Que bom saber disso.

– Nós nos conhecemos tão pouco. – Segurei o riso.

– E o que é preciso para você aceitar tomar um banho comigo? – Me pegou desprevenida, segurou forte minha cintura e colou nossos corpos – Quer que eu te peça em casamento? Porque eu peço.

– Não é pra tanto. – Gargalhei sentindo sua barba fazer cócegas no meu rosto – Eu só quero um beijo. – Segurei seu rosto – O melhor beijo que você nunca me deu nesses... – Pensei contando nos dedos – Um mês que nos conhecemos. 

– Então é um beijo que você quer? – Concordei sentindo sua respiração – Então eu vou te dar um beijo.

E realmente foi tudo aquilo que eu sempre sonhei, um beijo que me permitiu tirar os pés do chão e chegar ao céu em pouquíssimos minutos. Ele segurou forte minha cintura, tirando-me do chão e me jogando na cama, com todo carinho e vontade que existia dentro dele. Foi um beijo que me fazia sentir o doce sabor de sua alma, que me encaminhava para os lugares mais incríveis, que nem mesmo nos meus mais lindos sonhos eu imaginei chegar. Quanto mais nos beijávamos, mais tínhamos vontade um do outro, mais o desejo aumentava e mais o ritmo do nosso beijo seguia firme. Quando já nos faltava o ar, fomos interrompendo o beijo com leves mordidinhas e selinhos.

– E aí? Aceita tomar banho comigo agora? – Perguntou com a respiração ofegante.

– Depois desse beijo... – Tentei respirar – Eu aceito qualquer coisa com você. – Ele riu levantando-se, enquanto eu continuei na mesma posição.

– Eu vou preparar a banheira pra gente. – Me deu um ultimo selinho e seguiu para o banheiro.

– Aí meu Deus, que homem é esse? – Falei rindo só pra mim.

Enquanto Luan preparava nosso banho, fiquei olhando uma mensagem que Benjamim havia me mandado mais cedo. Depois de mais ou menos uns dez minutos, Luan apareceu na porta do banheiro me chamando. Segui até ele e me deparei com um sorriso encantador em seus lábios, um olhar desejoso e um sentimento que só nós dois conhecíamos. Antes que eu entrasse no banheiro, ele tirou meu vestido e começou a beijar meu pescoço e colo, aproveitando para tirar meu sutiã. Olhou meus seios com desejo e se abaixou tirando minha ultima peça de roupa, fazendo com que minha vontade dele só aumentasse cada vez mais. Depois de completamente nua, tirei sua roupa com toda a sua ajuda, ele me ajudou a entrar na banheira e me sentei no meio de suas pernas. Ali mesmo me entreguei novamente a ele que me fazia tão bem, que parecia já conhecer cada centímetro do meu corpo. Foi mil vezes melhor que a primeira vez, me senti mais segura e confiante naquilo que eu estava fazendo. Depois de nosso maravilhoso momento juntos, tomamos um banho no chuveiro e nos divertimos com as bobagens dele que me faziam tão feliz. Já estava amanhecendo quando cuidamos de ir dormir, fiz uma massagem para que Luan relaxasse um pouco e depois de vestir mais uma camisa sua, deitei com minha cabeça em seu peito.

– Não precisa acordar tão cedo, tá? – Ele falou brincando com meus cabelos.

– Tá. – Respondi já com meus olhos pesados de sono.

– Quando você acordar eu peço pra alguém ir te deixar.

– Uhum...  

E essa foi minha ultima palavra antes de dormir nos seus braços. Eu queria muito que aquilo tudo não passasse, não acabasse. Queria que todas as palavras dele fossem verdadeiras, que se sentissem bem em entrar em meu coração e permanecesse lá. Independente do que fosse, que fosse com ele e se tornasse para sempre. 

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