A quarta-feira chegou trazendo uma
chuvinha boa, mas que não atrapalharia meus planos para aquele dia. Acordei
cedo, procurei ocupar minha manhã, para que logo eu pudesse seguir pra clinica
de Paula. Eu estava ansiosa, ficava pensando se conseguiríamos saber o sexo do
bebê, se ele estava bem como na ultima consulta. Acabei preparando o almoço com
Maria, enquanto conversava com Maria Clara sobre os preparativos para o
casamento, sem esquecer de que ainda hoje eu passaria no escritório dela com
Luan. As horas passaram amigavelmente correndo, era quase uma horas da tarde
quando o noivo mais lindo chegou ao meu apartamento.
– Está pronta? – Perguntou sentando
em minha cama.
– Sim, meu bem! – Respondi apenas
pegando minha bolsa – Vamos?
Assim que chegamos a clinica, Fabiana
nos atendeu maravilhosamente bem, ela era a secretária de Paula e estava
acostumada com a movimentação de famosos naquele lugar. Aguardamos por volta de
uns dez minutos, enquanto isso, Fabiana nos ofereceu umas revistas de gravidez
para que pudéssemos dar uma olhada. Acabamos nos distraindo, vez ou outra Luan
dava uma risadinha gostosa ao ver algo que os bebês faziam dentro da barriga da
mãe.
– Vocês podem entrar. – Fernanda
nos chamou – Paula está aguardando.
– Obrigada, Fernanda! – Sorri a
agradecendo.
E assim seguimos para a sala da
doutora, ela nos cumprimentou carinhosamente, conversou brevemente com Luan e
nos pediu para sentar. Ela era sempre tão simpática, companheira, eu me sentia
extremamente bem estando com ela ao lado nesse momento. Ela era ginecologista
de dona Marizete e de Bruna, perguntou a Luan sobre elas, como estavam se
sentindo em relação ao bebê. Ele respondia todo bobo, dizia que sua família
aceitou muito bem minha gravidez e estavam todos ansiosos pra saber o sexo do
nosso filho.
– E como a mamãe está se sentindo?
– Perguntou me olhando.
– Continuo com um sono fora do
comum, ainda sinto bastante enjoo, mas agora estou conseguindo me alimentar
melhor. – Enumerei.
– Está sentindo alguma dor,
cansaço, tontura?
– Não, não sinto nada.
– Perfeito! – Ela anotou.
Conversamos por mais alguns
minutos, ela continuou me fazendo muitas perguntas, enquanto anotava tudo. Ela
conversou com Luan, perguntou o que ele estava achando disso tudo, enquanto ele
dizia que ainda estava se acostumando com todas essas mudanças. Comentamos
sobre meus desejos incontroláveis, claro que Luan se lembrou da bendita
melancia, fazendo Paula quase ter uma crise de risos.
– Luan, parece que sua mulher vai
ter dar um trabalho.
– E eu estou me preparando. – Ele
concordou rindo.
– Vamos ver como esse bebê está? –
Ela bateu palminhas animadamente.
– Será que vamos conseguir ver o
sexo? – Perguntei ansiosa.
– Vamos torcer para que isso
aconteça.
Enquanto eu trocava de roupa, Luan
continuou conversando com Paula, ela lhe contava sobre nossa primeira consulta.
Deitei na cama, Paula passou aquele gel na minha barriga e ligou o aparelho
para que pudéssemos ver o meu bebê. Luan permaneceu ao meu lado, segurando minha
mão, ele parecia mais ansioso que eu.
– Luan, venha ver o seu filho. –
Ela o chamou sorridente.
– Cadê? – Ele soltou minha mão e
seguiu para perto dela – É essa coisinha aqui? – Seus olhos brilhavam.
– É essa coisinha mesmo. – Ela respondeu
– Olhe, olhe. – Ela sorriu.
– É tão pequenininho. – Ele abriu
um sorriso enorme.
– E como ele está? – Perguntei.
– Maravilhosamente bem, saudável. –
Ela respondeu – Olha só com a mãozinha no rosto.
– Ah, meu Deus! – Sorri emocionada.
– Opa... – Ela parou olhando mais
próximo – Parece que nós temos.
– Temos o que? – Perguntou assustada.
– Vocês já escolheram o nome? –
Agora ela sorriu ainda mais.
– Se for menina, se chamará Luisa. –
Respondi a olhando – E se for menino, se chamará Miguel.
– Bom, então eu acho que podemos
dar boas-vindas a Luisa. – Ela gargalhou animada.
– O que? – Luan perguntou.
– É uma menina? – Pronto, me
emocionou ainda mais.
– Sim, uma menina linda! – Ela nos
olhou.
Era impossível não se emocionar
naquele momento de profunda felicidade, Luan me abraçou forte, me agradecendo o
tempo inteiro. Ele não conseguia parar de sorrir, emocionado, senti como se ele
quisesse gritar para o mundo que seria pai de uma princesa. Eu não conseguia
explicar a sensação que estava sentindo, era uma mistura de felicidade e extremo
amor por esse serzinho. Paula comemorava conosco, estava feliz por nos dar uma
notícia tão importante como essa.
– Obrigada por me fazer o homem mais feliz
desse mundo. – Luan repetiu suas palavras com um
abraço aconchegante.
– Eu que tenho que te agradecer por
não desistir de nós. – O olhei com amor – Eu te amo, muito!
– Eu te amo, meu amor! – E assim me
beijou apaixonadamente.
Depois das comemorações por saber
de nossa Luisa, troquei de roupa e voltamos a sentar. Eu não conseguia conter
minha felicidade, nem Luan, estávamos eufóricos por saber que agora tudo seria
ainda mais mágico. Agora poderíamos comprar roupinhas, receber presentes “cor
de rosa”, chamar nossa menina pelo nome.
– Como está se sentindo? – Paula perguntou
ainda sorrindo.
– Imensamente feliz! – Respondi sem
pensar em absolutamente nada.
– E o papai?
– Parece que estou vivendo um
sonho. – Ele respondeu beijando minha mão.
– Isso é maravilhoso. – Ela comemorou
– Agora tudo será ainda mais lindo.
Paula me fez mais algumas
perguntas, me deu alguns conselhos e pediu que eu voltasse na semana seguinte. Despedimos-nos
dela com um sorriso enorme no rosto, tudo parecia ainda mais iluminado para nós
dois, estávamos felizes. Decidi que nós passaríamos em um shopping, eu queria
comprar uma roupinha para fazer surpresa para meus sogros.
– Você me espera aqui?
– Espero, mas não demore.
– Não demoro. – E assim nos
despedimos com um beijo calmo.
Enquanto eu olhava aquelas
roupinhas de bebê, minha felicidade aumentava um pouco mais a cada milésimo de
segundos. Era cada uma mais linda que a outra, mas eu precisaria ser rápida,
antes que alguém me visse ali. Comprei um macacãozinho lindo rosa, acompanhado
de uma manta da mesma cor, tipo um conjunto. Pedi que a moça embrulhasse para
presente, mas antes de ir, aproveitei para comprar algo para Luan. Depois de
terminar minha compra, voltei rapidamente para o carro, tentando conter meu
sorriso.
– O que comprou?
– Para seus pais está aqui, mas
está embrulhadinho. – O mostrei – Você só vai ver quando chegarmos lá.
– Ah! – Ele pareceu decepcionado.
– Mas eu trouxe algo pra você.
– Pra mim? – Ele voltou a me olhar.
– Abre. – O entreguei uma bolsa com
um macaquinho/vestido do Corinthians.
– Do Corinthians? – Ele olhou incrédulo
– Eu não acredito nisso!
– Gostou? – Perguntei beijando seu
rosto – Será que ela vai ser uma torcedora do Corinthians igual o papai?
– Claro que ela vai, amor! – Me olhou
parecendo uma criança.
– Eu sabia que você ficaria feliz.
– Você me faz feliz o tempo
inteiro. – E me beijou mais uma vez.
Luan foi falando sobre a roupinha
de Luisa durante todo o percurso até a casa de seus pais, almoçaríamos com
eles, mas logo depois seguiríamos até o escritório de Maria Clara. Aproveitei
para convidar Douglas e Laura para almoçarem conosco, assim eu daria a notícia
para todos de uma só vez. Assim que chegamos na casa de Luan, descemos do carro
carregando um sorriso enorme, com o presente na mão. Dona Marizete nos recebeu
com um abraço acolhedor, lá dentro encontramos seu Amarildo, Bruna, Douglas e
Laura, todos ansiosos.
– E então? – Laura perguntou se
levantando – Já sabem se é menino ou menina?
– Sim! – Respondemos juntos.
– Então conta logo não nos mate do
coração! – Bruna pediu agoniada.
– Aqui tem um cartãozinho pra todos
vocês. – Entreguei um envelope branco nas mãos de dona Mari.
– Posso abrir? – Ela perguntou com
lágrimas nos olhos.
– Abre, mãe. – Luan respondeu
sorrindo.
Enquanto sentávamos na frente dos
cinco ansiosos para saber o sexo do nosso bebê, eles pareciam não acreditar no
que estavam vendo. Dona Mari leu com as lágrimas escorrendo sobre seu rosto, me
fazendo emocionar da mesma forma, no cartãozinho estava escrito:
– EU SABIA! – Bruna gritou
comemorando – Eu sabia que era uma menina!
– É uma menina mesmo? – Laura parecia
não acreditar.
– Sim, prima! – Respondi a
abraçando.
– Uma princesinha! – Seu Amarildo
falou sorridente.
– Preparado para os trabalhos, meu
companheiro? – Douglas comemorou com Luan.
– Uma menininha... – Dona Mari
falou por fim – Eu não acredito que é uma menininha.
– Está feliz? – Luan perguntou a
abraçando. – Abre aqui o presente pra senhora ver. – Ele a entregou o presente
que eu comprei.
Depois de ela enxugar algumas
lágrimas de felicidade, se sentou novamente, abriu o presente com todo cuidado
e chorou mais uma vez. Todos se emocionaram, todos estavam imensamente felizes
por nossa Luisa, todos tinham uma grande importância na vida dela.
Passamos longos minutos
comemorando, enquanto eu não conseguia me contar, o tempo inteiro sentia uma
vontade incontrolável de chorar. Luan só sabia sorrir, de vez em quando ele
soltava um: “minha filha” todo orgulhoso, se mostrando um pai maravilhoso.
Mostrou a todos a roupinha do Corinthians que comprei para Luisa, claro que eles
riram da cara de bobo do meu amor ao olhar pela milésima vez aquela lindeza de
roupa. E assim fomos almoçar, enquanto eu contava sobre a consulta, tudo o que
Paula me passou lá. Pensei em ligar pra minha mãe, mas deixei para lhe contar a
novidade no sábado, quando ela estivesse aqui para meu jantar de noivado. Laura
e Douglas foram embora logo após o almoço, pois eles teriam que voltar aos
trabalhos. Bruna convidou algumas amigas para tomar um banho de piscina, enquanto
os pais de Luan ficaram babando no presentinho que trouxemos pra eles.
– Sabia que você é a mulher mais
maravilhosa que existe nesse mundo? – Luan perguntou quando estávamos descansando
em seu quarto.
– É mesmo? – Colei nossos corpos –
E por que você não me dá um beijo logo?
– Você quer um beijo? – Ele
perguntou com seus lábios nos meus – Você quer?
– Vai ficar me provocando mesmo? –
Perguntei indignada.
– E se a gente fizesse algo melhor?
– Ele apertou minha perna.
– Você sabe que não vai dar
certo... – Tentei controlar minha respiração – Daqui a pouco temos que ir até o
escritório de Maria Clara.
– Então é melhor parar? – Ele perguntou
dando leves mordidinhas no meu pescoço e colo – Você quer que eu pare?
– Não... – Eu não conseguia
responder.
– Não? – Ele era um cretino.
– Por que você faz isso, hein? –
Perguntei o trazendo pra mim.
– Porque eu sei que você não
resiste a mim.
E realmente eu não conseguia mesmo,
ele tinha um poder enorme sobre mim, sobre meu corpo. Qualquer coisa que eu
dissesse nesse momento, poderia soar clichê demais, então eu prefiro deixar na
imaginação de vocês. Ele me completa, de uma maneira que não tem explicação,
apenas eu o sinto de uma maneira que nunca senti antes. Ele era o meu lado bom,
meu ponto de paz.
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