segunda-feira, 19 de março de 2018

(Capítulo 81 – Quer casa comigo?)


Chegamos ao escritório de Maria Clara quase no final da tarde, ela preferiu nesse horário, pois era quando o escritório estaria mais calmo. Ela nos recebeu maravilhosamente bem, nos fez centenas de perguntas sobre o casamento, festa, decorações e todo o resto. Maria Clara tinha tudo nas mãos, em um dia ela fez muitas ligações para os fornecedores e nos entregou uma lista de coisas para que pudéssemos escolher. Eu a admirava por sua agilidade e profissionalismo, ela precisava de muito pouco para organizar um casamento inteiro, talvez por isso ela embarcou na nossa loucura. Ela nos encaminhou para um ateliê onde encontraríamos um profissional pronto para nos auxiliar no meu vestido de noiva, assim como no terno de Luan. Tudo parecia um grande sonho, Luan estava tão animado quanto eu, escolhia tudo como sempre quis. Eu acho que não teria mais como fugir da nossa realidade, nascemos mesmo um para o outro. Durante nossas ideias trocadas, acabei contando a Maria Clara que estávamos grávidos e é claro que ela quase enlouqueceu com a notícia. Ela nos parabenizou, comemorou quando eu disse que era uma menina, pensou em várias coisas em relação a minha gravidez e a festa.

– Então agora o vestido precisa ser de grávida. – Ela sorriu.

– Sim, eu estarei com sete meses.

– Eu acho noiva grávida um luxo. – Confessou nos fazendo rir.

– Você acredita que sempre foi meu sonho casar grávida?

– Eu posso imaginar. – Me olhou encantada – Será o casamento mais lindo.

– Nós confiamos em você.

Luan amou o profissionalismo de Maria Clara, passou o caminho inteiro de volta pra casa falando no quanto ela era ágil. Fora que ela era alguém de extrema confiança, alguém que poderíamos contar em todos os momentos desses quatro meses de espera pelo nosso dia. Do escritório de nossa amiga, nós seguimos para o meu apartamento, eu precisava descansar o restinho daquela quarta-feira maravilhosa.

– Amor? – O chamei quando ainda estávamos dentro do carro.

– Oi, meu bem!

– Estou com vontade de tomar sorvete. 

– De floresta negra?

– Não, de menta com chocolate. – Falei com água na boca.

– Pelo menos não é de algo impossível de se achar. – Soltou uma risada.

– Podemos parar numa sorveteria? – Pedi suplicante.

– Podemos, acho que tem uma logo lá na frente.

Depois de comprar meu tão desejado sorvete, nós seguimos para o meu apartamento, enquanto eu me afogava naquela maravilha sabor de menta com chocolate. Eu estava me sentindo um pouco cansada, aquele tinha sido um longo dia, mas ao mesmo tempo eu me sentia a pessoa mais feliz desse mundo.

– Eu ainda não acredito que é uma menina. – Falei assim que entramos no meu apartamento.

– Você estava sentindo, sempre souber que seria uma menina.

– Sim, eu sempre senti. – O olhei por alguns segundos – Mesmo sabendo que eu ficaria feliz com qualquer que fosse o resultado.

– Podemos tentar o menino assim que a Luisa nascer. – Ele me puxou para que eu sentasse em seu colo.

– Você tá louco? – Perguntei incrédula.

– Não seria bom? – Perguntou cheirando meu pescoço – Imagina só, um casalzinho com quase a mesma idade.

– Me senti exausta só de pensar. – Relaxei com meu corpo no dele.

– Então vai começando a se acostumar com a ideia, porque eu quero ter muitos filhos. – E só aí me lembrei de que Vicente sempre dizia a mesma coisa – O que foi? – Perguntou enquanto eu o olhava pensativa.

– O que? – Perguntei quando ele me chamou atenção.

– Tá tudo bem?

– Tá, amor... – Respirei fundo seguindo para a cozinha.

– Tem certeza? – Ele seguiu atrás de mim.

– Você quer comer alguma coisa? – Perguntei mudando completamente de assunto.

Fomos interrompidos por seu celular tocando, era sua mãe, ele atendeu sem tirar os olhos de mim, mas logo seguiu para a sala novamente. Respirei fundo, eu não queria ter que comentar dos meus pensamentos com ele, não nesse momento. Eu estava faminta, então aproveitei para fazer um lanche bem delicioso pra gente, enquanto ele continuava conversando com sua mão. Depois de longos minutos ao telefone, ele voltou para a cozinha e comeu tudo comigo, mesmo eu sendo a mais “esfomeada”.

– Você vai dormir aqui? – Perguntei sentindo um sono incomum me consumir.

– Não, amor. – Respondeu terminando de comer – Amanhã tenho uns compromissos lá no estúdio.

– Mas você não está de férias?

– Estou, mas não custa nada ir lá resolver uns assuntos.

Ele não conseguia passar nem um mês direito sem trabalho, sua vida era isso, ele queria e queria logo. E assim nós terminamos aquele dia agitado, ele se foi deixando um beijo em mim, outro na filha, tão amoroso como nenhum outro homem. Eu sabia que Luan seria um pai extremamente maravilhoso, daqueles protetores, que cuidam, se tornando o grande herói de suas filhas.

A quinta e a sexta-feira passaram correndo, eu estava ansiosa para nosso jantar de noivado, tudo estava sendo preparado com muito amor. Comprei um vestido novo na loja de Laura, aproveitamos para ir ao salão ainda na sexta-feira, onde passamos quase a tarde inteira. O sábado finalmente chegou me trazendo um dia ensolarado, recheado de um amor que preenche completamente meu coração. A maior felicidade daquele dia, com certeza foi quando recebi minha mãe e Benjamim, eles me trouxeram proteção. Preparei um café da manhã maravilhoso, era tão bom tê-los ao meu lado naquele dia importante da minha vida.

– Então quer dizer que é uma menina? – Minha mãe perguntou eufórica quando eu contei a eles sobre a novidade.

– Sim! – Respondi a abraçando – Isso não é maravilhoso?

– Mais uma menina pra família? – Benjamim nos olhou indignado.

– Ah! Vai dizer que você não está feliz por saber que terá uma sobrinha? – O olhei com as mãos na cintura.

– Você sabe que estou feliz. – Confessou me abraçando – Mas cuida logo de ter um menino, porque eu quero ensiná-lo a jogar futebol.

– Você e Luan são dois insuportáveis com esse assunto de ter logo outro bebê, sendo que Luisa nem sequer nasceu ainda.

– Luisa é um nome lindo demais. – Mamãe se derreteu toda – Ah, estou muito emocionada! 

– Minha sobrinha vai ser uma princesinha.

– Oi, família! – Laura chegou ao lado de Douglas.

Enquanto Douglas e Benjamim conversavam amigavelmente na sala, mamãe, Laura e eu cuidamos do nosso almoço. Luan me ligou quase o dia inteiro, falou rapidamente com minha mãe e disse que seus pais estavam ansiosos pelo tão esperado “encontro de famílias”. Eu senti poucos enjoos, mas em compensação, minha fome aumentava a cada segundo que se passava. O dia passou rápido, era quase 18h00 quando seguimos todos para a casa de Luan, enquanto minha ansiedade estava quase me matando. Assim que chegamos lá, fomos maravilhosamente bem recepcionados pela família de Luan.

– É um prazer conhecê-la, Ana! – Dona Marizete cumprimentou minha mãe.

– O prazer é todo meu, Marizete! – Respondeu simpática.

– Sejam muito bem-vindos! – Seu Amarildo cumprimentou minha mãe e logo depois Benjamim.

– Obrigada! – Ela respondeu.

– Obrigada, seu Amarildo! – Benjamim respondeu esbanjando simpatia.

– Oi, oi! – Bruna apareceu na sala – Prazer, dona Ana! – Ela a cumprimentou com um abraço carinhoso – Já lhe disseram que Alice é muito parecida com a senhora? – Perguntou brincando.

– Desde que minha menininha nasceu. – Respondeu sorrindo.

– Oi, prazer! – Ela cumprimentou Benjamim que o olhou encantado.

– Prazer... – Tentou lembrar seu nome.

– Bruna! – Sorriu.

– É um prazer conhecê-la, Bruna! – E beijou carinhosamente sua mão.

– Parece que ele gostou dela. – Cochichei no ouvido de Luan.

– Ele que não se atreva a mexer com a minha irmã. – Foi impossível não rir de seu ciúme por Bruna.

Os pais de Luan se deram super bem com minha mãe, não paravam de comentar sobre Luisa, estava mesmo constatado que nossas famílias seriam uma só a partir daquela noite. Todos tomaram um vinho maravilhoso, enquanto eu tomava suco, acompanhada de meu noivo, que sempre se mostrou solidário com minha situação. Eu sentia falta de meu pai naquele momento, sentia meu coração doer ao saber que ele estava sozinho em casa, simplesmente por ser orgulhoso demais. Como eu queria ele estivesse conosco, que ele conversasse com Luan, com seus pais, se sentisse feliz em estar me entregando ao homem da minha vida. Conversa vai, conversa vem, Luan finalmente se levanta com um sorriso lindo no rosto.

– Bom, eu gostaria de falar um pouco com vocês. – Ele se pronunciou chamando a atenção de todos – Decidimos organizar esse momento tão nosso, para que pudéssemos concluir o que começamos há algumas semanas atrás. – Sorriu me olhando – Já falei tudo o que eu necessitava falar naquela noite. – Não tirava seus olhos de mim – Tudo o que eu venho sentindo desde que você apareceu na minha vida.

– Eu te amo... – Sussurrei levantando.

– Eu tinha pensado em tudo antes, mas acho que saiu um pouco diferente. – Gargalhou – Acho que agora sim eu posso fazer oficialmente o pedido a você. – Pegou a caixinha com as alianças – Aqui, diante de sua família... – Ele respirou fundo se ajoelhando em minha frente – Eu quero saber se você aceita se casar comigo. – Coloquei as mãos sobre a boca ao me deparar com tamanha delicadeza em forma de alianças.



– Já respondi uma vez, mas eu seria capaz de responder em todos os outros dias que me restam de vida... – Tentei conter minha emoção – Eu aceito me casar com você! – E assim todos aplaudiram felizes.

– A senhora nos dá sua benção, dona Ana? – Ele perguntou assim que colocamos a aliança um no outro.

– É claro que dou minha benção. – Ela respondeu nos abraçando – Você faz muito bem a ela.  

– E vocês? – Olhei os pais de Luan.

– Nós já demos a nossa benção, estamos imensamente felizes! – Eles nos abraçaram emocionados.

– E nós temos nossos dois primeiros pares de padrinhos. – Sorri de mãos dadas com Luan.

– Exatamente! – Luan continuou – Vocês aceitam serem nossos padrinhos? – Perguntou olhando para Laura e Douglas, assim como Benjamim e Bruna.

– Nós? – Laura nos olhou emocionada – Claro que aceitamos!

Comemoramos, todos estavam imensamente felizes com aquele momento tão lindo de nossas vidas. Nossos pais, nossos padrinhos, nossa Luisa que sentia todo aquele amor que transbordava por todos os lados. Jantamos em meio a conversas, risadas, beijos entre os noivos, tudo estava tão lindo como nunca nada aconteceu antes. Contamos a eles sobre o casamento que aconteceria em Maio, deixando todos surpresos, mas eles aceitaram de bom grado entrar na nossa loucura. Por um momento, olhei para a aliança no meu dedo e me arrepiei com o a lembrança que me veio naquele momento.

Casa comigo?
– Meu Deus! – Coloquei as mãos na boca – É claro que eu caso.
– Eu te amo, meu bem! – Rodopiou comigo em seus braços – Eu te amo mais que tudo nessa vida!
– Você é maravilhoso, Vicente! – Segurei seu rosto – Eu te amo imensamente mais!”

Eu tive a sensação de desmaio, mas eu não queria que ninguém percebesse o que estava acontecendo. Tomei um pouco de água, segurei a mão de Luan sobre a mesa e beijei delicadamente o seu rosto. Tentei controlar aquele sentimento ruim que insistia em se fazer presente dentro de mim, não queria mais ter que me lembrar de momentos tão dolorosos. Depois do nosso jantar maravilhoso, voltamos para a sala, onde encontramos outros assuntos que prolongaram bastante a nossa noite. Enquanto Luan, Benjamim e Douglas conversavam sobre música, os pais de Luan, minha mãe e Bruna conversavam sobre Luisa.

– Você está bem? – Laura perguntou me acompanhando até a cozinha.

– Eu senti uma sensação estranha, nada demais.

– Como nada demais?

– Eu me lembrei de quando Vicente me pediu em casamento. – O olhei tristonha – O que aconteceu depois do pedido. – Senti minha cabeça doer.

– Isso não vai acontecer de novo. – Ela interrompeu meus pensamentos – Para de ficar pensando nisso.

– Eu tenho tanto medo...

– Não, Alice! – Ela me abraçou – Não faça isso com você, está me ouvindo?

Laura sabia absolutamente tudo o que estava se passando dentro de mim, ela sentia a minha dor e sabia como fazê-la ir embora. Ela era minha grande amiga, minha irmã, alguém que eu teria ao meu lado pelo resto da vida. Voltamos para a sala, mas apenas para encerrar aquela noite tão agradável, noite que se repetiria muitas vezes.

– Eu quero ficar com você. – O abracei o mais forte que eu conseguia.

– Então dorme aqui comigo. – Respondeu fazendo carinho em meu cabelo.

– Tudo bem se eu ficar? – Eu não queria mesmo ter que deixá-lo.

– Que pergunta, hein? – Beijou a pontinha do meu nariz.

Avisei a minha mãe que eu ficaria com Luan, claro que ela entendeu, principalmente por saber que eu não queria repetir o mesmo erro de anos atrás. Todos se despediram com muito carinho, dona Marizete e minha mãe se deram maravilhosamente bem, assim como seu Amarildo que foi extremamente gentil. Tudo saiu como esperávamos, nossas famílias se amaram, estávamos felizes e isso que importava. Ao sentir os braços de Luan me acolhendo, compreendi que eu estava no lugar certo, eu estava protegida para sempre.

segunda-feira, 12 de março de 2018

(Capítulo 80 – Nosso bem precioso)


A quarta-feira chegou trazendo uma chuvinha boa, mas que não atrapalharia meus planos para aquele dia. Acordei cedo, procurei ocupar minha manhã, para que logo eu pudesse seguir pra clinica de Paula. Eu estava ansiosa, ficava pensando se conseguiríamos saber o sexo do bebê, se ele estava bem como na ultima consulta. Acabei preparando o almoço com Maria, enquanto conversava com Maria Clara sobre os preparativos para o casamento, sem esquecer de que ainda hoje eu passaria no escritório dela com Luan. As horas passaram amigavelmente correndo, era quase uma horas da tarde quando o noivo mais lindo chegou ao meu apartamento.

– Está pronta? – Perguntou sentando em minha cama.

– Sim, meu bem! – Respondi apenas pegando minha bolsa – Vamos?

Assim que chegamos a clinica, Fabiana nos atendeu maravilhosamente bem, ela era a secretária de Paula e estava acostumada com a movimentação de famosos naquele lugar. Aguardamos por volta de uns dez minutos, enquanto isso, Fabiana nos ofereceu umas revistas de gravidez para que pudéssemos dar uma olhada. Acabamos nos distraindo, vez ou outra Luan dava uma risadinha gostosa ao ver algo que os bebês faziam dentro da barriga da mãe.

– Vocês podem entrar. – Fernanda nos chamou – Paula está aguardando.

– Obrigada, Fernanda! – Sorri a agradecendo.

E assim seguimos para a sala da doutora, ela nos cumprimentou carinhosamente, conversou brevemente com Luan e nos pediu para sentar. Ela era sempre tão simpática, companheira, eu me sentia extremamente bem estando com ela ao lado nesse momento. Ela era ginecologista de dona Marizete e de Bruna, perguntou a Luan sobre elas, como estavam se sentindo em relação ao bebê. Ele respondia todo bobo, dizia que sua família aceitou muito bem minha gravidez e estavam todos ansiosos pra saber o sexo do nosso filho.

– E como a mamãe está se sentindo? – Perguntou me olhando.

– Continuo com um sono fora do comum, ainda sinto bastante enjoo, mas agora estou conseguindo me alimentar melhor. – Enumerei.

– Está sentindo alguma dor, cansaço, tontura?

– Não, não sinto nada.

– Perfeito! – Ela anotou.

Conversamos por mais alguns minutos, ela continuou me fazendo muitas perguntas, enquanto anotava tudo. Ela conversou com Luan, perguntou o que ele estava achando disso tudo, enquanto ele dizia que ainda estava se acostumando com todas essas mudanças. Comentamos sobre meus desejos incontroláveis, claro que Luan se lembrou da bendita melancia, fazendo Paula quase ter uma crise de risos.

– Luan, parece que sua mulher vai ter dar um trabalho.

– E eu estou me preparando. – Ele concordou rindo.

– Vamos ver como esse bebê está? – Ela bateu palminhas animadamente.

– Será que vamos conseguir ver o sexo? – Perguntei ansiosa.

– Vamos torcer para que isso aconteça.

Enquanto eu trocava de roupa, Luan continuou conversando com Paula, ela lhe contava sobre nossa primeira consulta. Deitei na cama, Paula passou aquele gel na minha barriga e ligou o aparelho para que pudéssemos ver o meu bebê. Luan permaneceu ao meu lado, segurando minha mão, ele parecia mais ansioso que eu.

– Luan, venha ver o seu filho. – Ela o chamou sorridente.

– Cadê? – Ele soltou minha mão e seguiu para perto dela – É essa coisinha aqui? – Seus olhos brilhavam.

– É essa coisinha mesmo. – Ela respondeu – Olhe, olhe. – Ela sorriu.

– É tão pequenininho. – Ele abriu um sorriso enorme.

– E como ele está? – Perguntei.

– Maravilhosamente bem, saudável. – Ela respondeu – Olha só com a mãozinha no rosto.

– Ah, meu Deus! – Sorri emocionada.

– Opa... – Ela parou olhando mais próximo – Parece que nós temos.

– Temos o que? – Perguntou assustada.

– Vocês já escolheram o nome? – Agora ela sorriu ainda mais.

– Se for menina, se chamará Luisa. – Respondi a olhando – E se for menino, se chamará Miguel.

– Bom, então eu acho que podemos dar boas-vindas a Luisa. – Ela gargalhou animada.

– O que? – Luan perguntou.

– É uma menina? – Pronto, me emocionou ainda mais.

– Sim, uma menina linda! – Ela nos olhou.

Era impossível não se emocionar naquele momento de profunda felicidade, Luan me abraçou forte, me agradecendo o tempo inteiro. Ele não conseguia parar de sorrir, emocionado, senti como se ele quisesse gritar para o mundo que seria pai de uma princesa. Eu não conseguia explicar a sensação que estava sentindo, era uma mistura de felicidade e extremo amor por esse serzinho. Paula comemorava conosco, estava feliz por nos dar uma notícia tão importante como essa. 

– Obrigada por me fazer o homem mais feliz desse mundo. – Luan repetiu suas palavras com um abraço aconchegante.

– Eu que tenho que te agradecer por não desistir de nós. – O olhei com amor – Eu te amo, muito!

– Eu te amo, meu amor! – E assim me beijou apaixonadamente.

Depois das comemorações por saber de nossa Luisa, troquei de roupa e voltamos a sentar. Eu não conseguia conter minha felicidade, nem Luan, estávamos eufóricos por saber que agora tudo seria ainda mais mágico. Agora poderíamos comprar roupinhas, receber presentes “cor de rosa”, chamar nossa menina pelo nome.

– Como está se sentindo? – Paula perguntou ainda sorrindo.

– Imensamente feliz! – Respondi sem pensar em absolutamente nada.

– E o papai?

– Parece que estou vivendo um sonho. – Ele respondeu beijando minha mão.

– Isso é maravilhoso. – Ela comemorou – Agora tudo será ainda mais lindo.

Paula me fez mais algumas perguntas, me deu alguns conselhos e pediu que eu voltasse na semana seguinte. Despedimos-nos dela com um sorriso enorme no rosto, tudo parecia ainda mais iluminado para nós dois, estávamos felizes. Decidi que nós passaríamos em um shopping, eu queria comprar uma roupinha para fazer surpresa para meus sogros.

– Você me espera aqui?

– Espero, mas não demore.

– Não demoro. – E assim nos despedimos com um beijo calmo.

Enquanto eu olhava aquelas roupinhas de bebê, minha felicidade aumentava um pouco mais a cada milésimo de segundos. Era cada uma mais linda que a outra, mas eu precisaria ser rápida, antes que alguém me visse ali. Comprei um macacãozinho lindo rosa, acompanhado de uma manta da mesma cor, tipo um conjunto. Pedi que a moça embrulhasse para presente, mas antes de ir, aproveitei para comprar algo para Luan. Depois de terminar minha compra, voltei rapidamente para o carro, tentando conter meu sorriso.

– O que comprou?

– Para seus pais está aqui, mas está embrulhadinho. – O mostrei – Você só vai ver quando chegarmos lá.  

– Ah! – Ele pareceu decepcionado.

– Mas eu trouxe algo pra você.

– Pra mim? – Ele voltou a me olhar.

– Abre. – O entreguei uma bolsa com um macaquinho/vestido do Corinthians.



– Do Corinthians? – Ele olhou incrédulo – Eu não acredito nisso!

– Gostou? – Perguntei beijando seu rosto – Será que ela vai ser uma torcedora do Corinthians igual o papai?

– Claro que ela vai, amor! – Me olhou parecendo uma criança.

– Eu sabia que você ficaria feliz.

– Você me faz feliz o tempo inteiro. – E me beijou mais uma vez.

Luan foi falando sobre a roupinha de Luisa durante todo o percurso até a casa de seus pais, almoçaríamos com eles, mas logo depois seguiríamos até o escritório de Maria Clara. Aproveitei para convidar Douglas e Laura para almoçarem conosco, assim eu daria a notícia para todos de uma só vez. Assim que chegamos na casa de Luan, descemos do carro carregando um sorriso enorme, com o presente na mão. Dona Marizete nos recebeu com um abraço acolhedor, lá dentro encontramos seu Amarildo, Bruna, Douglas e Laura, todos ansiosos.

– E então? – Laura perguntou se levantando – Já sabem se é menino ou menina?

– Sim! – Respondemos juntos.

– Então conta logo não nos mate do coração! – Bruna pediu agoniada.

– Aqui tem um cartãozinho pra todos vocês. – Entreguei um envelope branco nas mãos de dona Mari.

– Posso abrir? – Ela perguntou com lágrimas nos olhos.

– Abre, mãe. – Luan respondeu sorrindo.

Enquanto sentávamos na frente dos cinco ansiosos para saber o sexo do nosso bebê, eles pareciam não acreditar no que estavam vendo. Dona Mari leu com as lágrimas escorrendo sobre seu rosto, me fazendo emocionar da mesma forma, no cartãozinho estava escrito:



– EU SABIA! – Bruna gritou comemorando – Eu sabia que era uma menina!

– É uma menina mesmo? – Laura parecia não acreditar.

– Sim, prima! – Respondi a abraçando.

– Uma princesinha! – Seu Amarildo falou sorridente.

– Preparado para os trabalhos, meu companheiro? – Douglas comemorou com Luan.

– Uma menininha... – Dona Mari falou por fim – Eu não acredito que é uma menininha.

– Está feliz? – Luan perguntou a abraçando. – Abre aqui o presente pra senhora ver. – Ele a entregou o presente que eu comprei.  

Depois de ela enxugar algumas lágrimas de felicidade, se sentou novamente, abriu o presente com todo cuidado e chorou mais uma vez. Todos se emocionaram, todos estavam imensamente felizes por nossa Luisa, todos tinham uma grande importância na vida dela.



Passamos longos minutos comemorando, enquanto eu não conseguia me contar, o tempo inteiro sentia uma vontade incontrolável de chorar. Luan só sabia sorrir, de vez em quando ele soltava um: “minha filha” todo orgulhoso, se mostrando um pai maravilhoso. Mostrou a todos a roupinha do Corinthians que comprei para Luisa, claro que eles riram da cara de bobo do meu amor ao olhar pela milésima vez aquela lindeza de roupa. E assim fomos almoçar, enquanto eu contava sobre a consulta, tudo o que Paula me passou lá. Pensei em ligar pra minha mãe, mas deixei para lhe contar a novidade no sábado, quando ela estivesse aqui para meu jantar de noivado. Laura e Douglas foram embora logo após o almoço, pois eles teriam que voltar aos trabalhos. Bruna convidou algumas amigas para tomar um banho de piscina, enquanto os pais de Luan ficaram babando no presentinho que trouxemos pra eles.

– Sabia que você é a mulher mais maravilhosa que existe nesse mundo? – Luan perguntou quando estávamos descansando em seu quarto.

– É mesmo? – Colei nossos corpos – E por que você não me dá um beijo logo?

– Você quer um beijo? – Ele perguntou com seus lábios nos meus – Você quer?

– Vai ficar me provocando mesmo? – Perguntei indignada.

– E se a gente fizesse algo melhor? – Ele apertou minha perna.

– Você sabe que não vai dar certo... – Tentei controlar minha respiração – Daqui a pouco temos que ir até o escritório de Maria Clara.

– Então é melhor parar? – Ele perguntou dando leves mordidinhas no meu pescoço e colo – Você quer que eu pare?

– Não... – Eu não conseguia responder.

– Não? – Ele era um cretino.

– Por que você faz isso, hein? – Perguntei o trazendo pra mim.

– Porque eu sei que você não resiste a mim.

E realmente eu não conseguia mesmo, ele tinha um poder enorme sobre mim, sobre meu corpo. Qualquer coisa que eu dissesse nesse momento, poderia soar clichê demais, então eu prefiro deixar na imaginação de vocês. Ele me completa, de uma maneira que não tem explicação, apenas eu o sinto de uma maneira que nunca senti antes. Ele era o meu lado bom, meu ponto de paz.

quinta-feira, 8 de março de 2018

(Capítulo 79 – Planos)


Dias depois...

15 dias se passaram desde que tudo aconteceu em fortaleza, eu estava entrando na minha 12ª semana de gestação. Durante todos esses dias, eu acabei precisando fazer uma consulta com Doutora Paula antes mesmo de Luan chegar. Ela era maravilhosa, extremamente atenciosa, sempre com as respostas para tudo o que eu precisava. Essa consulta foi importante para saber se meu bebê estava saudável, crescendo direitinho, sem nenhum problema. Eu agradecia mentalmente a Deus em todas as vezes que Paula me dizia um “ok, está tudo em perfeito estado.” Conversamos sobre o sono fora do comum que eu vinha sentindo, sobre as dores nos seios, minha variação de humor. Ela disse que depois dos três meses, tudo começaria a melhorar, me fazendo agradecer mais uma vez. Marcamos uma consulta para quando eu completasse as 12 semanas, então apenas precisaria esperar Luan chegar para me acompanhar. Não posso esquecer também, que depois de assumirmos nosso “relacionamento” nas redes sociais, minha vida mudou ainda mais. O tempo inteiro alguns jornalistas tentavam entrar em contato comigo, os fãs não me deixavam em paz, descobriram até o número do meu telefone. Jamais me esquecei do dia em que fui parada no shopping por um grupo de fãs enlouquecidas, querendo tirar fotos, conversar. O melhor era a cara de Laura, querendo me proteger o tempo todo das meninas, como se elas fossem avançar em mim a qualquer momento. Enquanto isso, Luan tentava me tranquilizar, dizendo que logo a poeira baixaria e eles parariam de me procurar. Pediu que eu não ficasse lendo tudo o que saia nos sites de fofoca, pois nem tudo seria do nosso agrado, nem tudo seria verdadeiro. Ainda me lembro de um site publicar algo parecido com: “Namorada de Luan Santana é vista almoçando com amigos em restaurante japonês.” Como se aquilo fosse mudar a vida de alguém, era apenas um simples almoço ao lado dos meus colegas de trabalho. Almoço esse, que gerou muitas risadas no dia seguinte quando cheguei à agência. Eles repetiam que agora estavam famosos por minha causa, eu não conseguia não rir daquela situação. Eu tentava levar minha vida normalmente, mas sempre tentando ser o mais discreta possível em tudo o que eu fazia. Afinal, tudo o que eu fizesse, poderia sair nos sites de fofoca do nosso Brasil. Era domingo, eu estava em casa preparando algo pra comer, já que agora minha alimentação era bem diferente de tudo o que eu comia antes. Eu precisava seguir uma dieta bem saudável, tanto pra mim, quanto para o meu bebê, principalmente pra ele. Eu estava esperando que o dia seguinte chegasse, não via a hora de poder matar a saudade do meu amor. Como prometido, todos os dias nós nos falávamos por telefone, vez ou outra ele postava algo romântico nas redes sociais, como uma foto nosso na praia com a seguinte legenda: “Eu já estou morrendo de saudade de você, meu amor.” Fazendo as fãs enlouquecerem completamente, algumas sempre apoiando o nosso amor, enquanto outras, apenas julgavam. Ah, sem esquecer a conversa que tive com minha mãe sobre o noivado, ela ficou eufórica com a notícia. Eu sabia o quanto ela torcia por minha felicidade ao lado de Luan, sabia que ela encontrava verdade em nós dois. Conversei com Benjamim sobre tudo o que aconteceu depois que ele me deixou no aeroporto naquela noite do dia 31 de dezembro. Ele se mostrou feliz com meu noivado, disse que não teria jeito mesmo, Eu e Luan fomos feitos um para o outro. Passei o restante do meu domingo na companhia de minha prima, enquanto assistíamos a um filme. Era cedo ainda quando preferi me recolher, pois tudo o que eu mais queria, era que o dia seguinte chegasse logo.

A segunda-feira chegou linda, me fazendo ter disposição para aguentar um dia intenso de trabalho. Recebi uma mensagem de Luan na hora do almoço, me informando de sua chegada e que ele me buscaria no final do expediente. Só de ouvir sua voz novamente, senti vontade de largar tudo o que estava fazendo e correr para os braços do meu amor. Mas como eu sabia que aquilo não era possível, minha única alternativa era esperar mais um pouco para poder matar toda essa saudade. Agradeci pela correria daquele dia, fazendo com que o relógio passasse ainda mais rápido que o normal. Não demorou muito para que eu recebesse outra mensagem dele: “Estou te esperando aqui no estacionamento.” Como um raio, arrumei minhas coisas, me despedi de todos e segui correndo ao encontro de Luan. Depois de passar quase vinte minutos dentro do carro, seguimos para a minha casa, era a hora de fazer a saudade evaporar. Quando chegamos ao meu condomínio, Luan estacionou o carro, cumprimentamos seu Pedro e subimos para o meu apartamento. Assim que entramos, me deparei com um bilhete de Laura na geladeira: “Fui dormir com o Douglas, beijo.” Desde que ele passou a morar em São Paulo, ela não parava mais em casa. Segui pro meu quarto para deixar minhas coisas, aproveitei para tirar minhas sandálias, enquanto isso, Luan olhava algumas fotos novas na minha estante.

– Está com fome, meu amor? – Perguntei o abraçando por trás.

– Acho que um pouquinho. – Respondeu me colocando em sua frente.

– Então eu vou preparar algo pra gente comer. – O beijei com carinho – Porque eu estou morrendo de fome.

Luan me acompanhou até a cozinha, se sentou ainda me admirando, enquanto eu preparava um lanche bem especial para nós dois. Fiz um molho rosê maravilhoso, coloquei algumas torradas em um refratário e preparei uns ovos com queijo. Antes de sentar pra comer, aproveitei pra postar a foto do ovo em formato de coração que preparei pra ele.

Já viram um ovo apaixonado? Preparei especialmente para o meu amor @luansantana

Enquanto nos deliciávamos com nosso lanche, ficamos lendo alguns comentários engraçados que chegavam a todo o momento. Alguns eram engraçados, outros não achavam graça nenhum, até de Bruna recebemos um comentário: “Me chamar pra comer vocês não querem.” Era impossível não rir de tudo aquilo, até que Luan comentou algo que deixou todos com uma pulga atrás da orelha, fazendo outros milhares de comentários aparecerem logo em seguida.

@luansantana ainda bem que você aceitou se casar comigo, meu bem.

Casar? Como assim casar, Luan Rafael?”

“Vocês vão se casar?”

“Pelo amor de Deus, não brinca comigo @luansantana”

“Você tá ficando louco falando em casamento?”

“Não quero nem imaginar isso acontecendo.”

“SOCORRO, CASAMENTO.”

“Já quero meu casal no altar.”

Até o instagram de alguns sites famosos chegaram a comentar, perguntando se sairia casamento ainda esse ano. Deixamos essa questão em aberto pra eles, não comentaríamos mais sobre nada nesse momento. Continuamos olhando mais alguns comentários, até que terminamos de comer, organizamos a cozinha e seguimos de volta pra sala.

– O que você fez nesse tempo em que eu estava longe? – Ele perguntou massageando meus pés.

– Fui ao médico me consultar, liguei para a minha mãe, almocei com meus amigos do trabalho, comi uma barra de chocolate meio amargo. – Enumerei – Quase morri de saudade de você.

– Isso porque você não faz ideia da saudade que eu senti. – Falou se aproximando do meu rosto – Eu te amo, tanto... – E assim me deu um beijo extremamente apaixonado.

E é claro que nós não continuaríamos apenas naquele beijo, fomos além, como sempre fazíamos para matar a saudade um do outro. Seguimos para o quarto, enquanto nossos beijos se intensificavam a cada milésimo de segundos. Ele me colocou com carinho na cama, me olhou como se quisesse guardar aquele momento em sua memória, me fazendo sua mais uma vez. Todos os momentos de amor com Luan eram incrivelmente perfeitos, mas sempre procurávamos algo novo, uma maneira de impressionar. Eu queria aproveitar cada momento com ele, essa felicidade que parecia não ter fim, tudo era precioso demais. Ele me tratava com tanto respeito, tanto amor, que me fazia querer continuar para sempre presa em seus braços. Depois de horas de amor, tomamos um banho demorado, recheado de muitos carinhos e beijos.

– Amor? – Ele me chamou enquanto eu estava encolhida em seus braços – Você marcou a consulta com a médica?

– Marquei pra quarta-feira.

– Será que vamos conseguir ver o sexo do bebê?

– Ela disse que provavelmente sim. – Respondi o olhando.

– Eu não vejo a hora de poder saber se é menino ou menina. – Ele me apertou um pouco mais.

– E eu estou morrendo de ansiedade. – Sorri fazendo carinho em minha barriga.

– Já pensou em algo legal para o nosso jantar de noivado? – Ele perguntou.

– Eu pensei da gente fazer algo mais simples, apenas com nossa família.

– Sem muitos convidados?

– Isso... – Respondi pensativa – Apenas nós dois, seus pais, minha mãe, nossos irmãos.

– Bom, se você prefere assim. – Beijou meu pescoço – Podemos fazer isso ainda essa semana.

– Essa semana? – Perguntei assustada.

– Sim, eu ainda tenho alguns dias de férias.

– Você não acha que temos pouco tempo?

– E não vai ser apenas um jantar? – Ele perguntou natural.

– Sim, mas acho que tá muito em cima da hora.

– Sabe o que eu acho?

– O que?

– Que você está querendo fugir do compromisso. – Brincou.

– Para, amor...

– Então me dê uma explicação pra não querer que nosso jantar seja logo. – Me interrompeu.

– Tudo bem, podemos fazer no sábado.

– Ótimo. – Ele comemorou – Pronta para oficializar nosso noivado?

– Prontíssima, meu amor! – O beijei com amor.

– Eu estava pensando na data do casamento.

– Eu sempre sonhei em casar grávida. – Confessei sorrindo.

– Por isso mesmo pensei da gente casar em maio.

– MAIO? – Gritei o assustando – Temos apenas quatro meses, Luan!

– É quando completamos um ano juntos. – Ele me olhava carinhoso – Tem toda uma importância, amor.

– Mas tá tudo muito em cima. – Falei exausta só de pensar em tudo o que teria que ser feito até lá.

– Eu acho que quatro meses é tempo suficiente pra gente fazer tudo.

– Você acha que a gente consegue? – O olhei suplicante por um “sim”.  

– Eu tenho certeza que nós vamos conseguir. – Beijou minha testa – Tudo o que eu mais quero é casar logo com você.

– Então vamos marcar a data do casamento, vamos mandar buscar minha mãe, oficializar nosso noivado e ser felizes.

– Você não sabe o quanto me alegra ouvir isso. – E assim ele me beijou, me mostrando que eu estava fazendo a escolha certa.

Continuamos conversando sobre vários assuntos, assim como fazendo muitos planos para o nosso noivado e casamento. Eu estava entrando na sua loucura, estava me permitindo fazer tudo como eu sempre sonhei, mesmo sendo louco. Ele parecia animado com tudo aquilo, queria anunciar para todos sobre nosso noivado, ele odiava esconder qualquer coisa que lhe trazia felicidade. Já conseguia pensar em vestido, festa, igreja, tudo nessa ordem. Os padrinhos, precisávamos pensar nos padrinhos, na decoração, nos convidados. Eu só poderia estar ficando louca, como eu iria organizar um casamento em quatro meses? No dia seguinte eu procuraria Maria Clara, amiga de Laura e uma das melhores cerimonialistas de São Paulo, com toda certeza ela me ajudaria em relação a isso.

Minha terça-feira chegou me trazendo um dia nublado, frio, mas eu precisava enfrentar mais um dia corrido de trabalho. Tomei um café da manhã reforçado ao lado de Luan, enquanto Maria dava seus leves gritinhos ao saber do nosso casamento. Ele me deixou na agência, dizendo que me buscaria em casa no dia seguinte, pois não poderíamos esquecer a consulta mais importante de todas. Durante toda a manhã, aproveitei para ligar pra minha mãe avisando sobre o jantar de noivado no sábado. Ela ficou toda animada, dizendo que ela e Benjamim estavam felizes e que estariam aqui no dia combinado. Liguei também para Maria Clara, combinamos de almoçar juntas e conversar sobre os preparativos para o casamento. Acabei fazendo um trabalho externo, extremamente cansativo, mas ao mesmo tempo me trazia muita felicidade. Assim que voltamos na agência, larguei tudo o que me esperava lá e corri para o meu almoço, era hora de encontrar minha mais nova grande amiga.

– Maria Clara! – A cumprimentei carinhosamente – Faz tempo que chegou?

– Que nada, uns cinco minutinhos. – Respondeu sentando.

– Eu fiquei com medo de te deixar esperando. – Sentei a olhando – Precisei fazer um trabalho externo.

– Imagina... – Sorriu simpática – Mas no que eu posso te ajudar?

– Eu vou casar. – Confessei de uma vez.

– Alice, que maravilha! – Me olhou surpresa – Eu estou muito feliz por você!

– Ah, obrigada! – Agradeci com um sorriso.

– Imagino que esse seja motivo de você ter me procurado. – Tomou um pouco do seu suco – Estou certa?

– Certíssima. – A olhei desesperada – Eu quero te contratar pra me ajudar com tudo.

– Perfeito! – Comemorou – E quando será o casório? – Perguntou abrindo sua agenda cheia de clientes.

– Daqui a quatro meses. – Respondi com medo de ela achar que estou ficando louca.

– Quatro meses?

– Eu sei que está tudo em cima da hora, mas quero que seja sincera comigo. – Fiquei nervosa – Se você achar que não vai dar...

– Claro que dá tempo. – Ela me interrompeu – É óbvio que nós teremos que correr contra o tempo, mas eu garanto que será o casamento do ano. – Certo, achei alguém mais louca que Luan.

– Você tá falando sério? – A olhei incrédula – Será que vai dar mesmo tempo de fazer tudo em quatro meses?

– Você confia em mim? – Ela perguntou com aquele seu jeito engraçado.

– Com toda certeza do mundo.

– Então vamos aos trabalhos.

– E sua agenda? – Perguntei a olhando – Será que você vai conseguir me encaixar na sua agenda sempre tão lotada?

– Não se preocupe com isso, pois eu tenho uma equipe enorme, extremamente profissional. – Tentou me tranquilizar – Eu tenho certeza que eles vão dar conta da minha agenda, pois quero cuidar do seu casamento pessoalmente.

– Ainda bem que eu pensei em você pra me ajudar. – Sorri animada.

– Menina, sem esquecer que esse é um casamento de famoso. – Ela pensou como um clique – É uma honra participar desse momento único pra vocês.

– Vai ser maravilhoso ter você com a gente nessa.

E assim nós prolongamos aquela conversa, enquanto ela me perguntava sobre absolutamente tudo o que eu queria. Casamento na igreja, com a festa em uma chácara, lugar aberto para que as estrelas possam testemunhar aquele momento. A decoração seria “rustico-chique” algo bem nossa cara, nada de muito luxuoso, mas que passasse um ar de conforto e delicadeza. Número de convidados, número de padrinhos, Buffet, docinhos, bolo, convites, lembranças e tudo mais. Como eu teria o dia seguinte inteiro de folga, aproveitamos para marcar uma reunião no seu escritório, assim poderíamos combinar o restante de tudo. Ela me passava uma segurança enorme, sabia como aquele momento era especial pra mim e para Luan, me compreendia profundamente bem. Tudo parecia um sonho, mas a todo o momento Maria Clara me mostrava que a partir daquele dia, meus planos se tornariam minha mais linda realidade.