quarta-feira, 3 de maio de 2017

(Capítulo 22 – Recaída)

(Luan narrando)

Era noite de quinta-feira, eu estava em Campo Grande com minha família. Era aniversário de um dos meus tios e como amanhã teríamos um show aqui, aproveitei para vir um dia antes e comemorar junto com todos. Estávamos hospedados na casa da minha tia, era um sítio lindo e eu me sentia extremamente bem ali. Conversei com Alice durante alguns minutos, eu senti sua falta durante essas duas semanas e isso estava me deixando muito preocupado. A cada dia eu me encontrava mais confuso em relação a nós dois, ela mexia demais comigo e uma simples possibilidade de vê-la novamente, me deixa louco. Isso nunca aconteceu comigo, confesso que no primeiro momento eu imaginei que ela seria apenas mais uma que eu levaria para o hotel e pronto. Mas as coisas não aconteceram conforme eu previa, ela colocou minha vida de cabeça pra baixo em apenas um encontro, em apenas uma noite de amor. Agora eu estava aqui, sentindo algo que eu desconhecia, completamente louco de saudade e sem conseguir encontrar uma saída para toda essa situação.

– Posso entrar. – Minha mãe bateu na porta do quarto onde eu estava.

– Claro que pode. – Sorri colocando meu celular de lado.

– Tá tudo bem? – Ela perguntou sentando ao meu lado na cama.

– Está sim, mãe.

– Eu passei por aqui agora pouco e você estava no telefone. – Procurou as palavras – Estava falando com a Alice? – A olhei confuso

– Como a senhora sabe da Alice?

– Bruna me contou dela.

– A Bruna não sabe guardar nada da senhora, né?

– Você não queria que eu soubesse? – Ela falava com toda calma.

– Não é isso... – Tentei encontrar a maneira certa de falar. – É que não tem nada certo.

– Quando se conheceram?

– Acho que tem uns dois meses. – A olhei – Só que ela tá me deixando louco.

– Eu estou vendo. – Sorriu me olhando. – Como ela é?

– Linda... – A olhei sorrindo – Ela é doce, simples, tem um sorriso encantador. – Fechei meus olhos ao lembrar seu rosto. – Ela é tímida, mas ao mesmo tempo é brincalhona e anima qualquer pessoa que estiver ao seu redor.

– Ela parece ser uma pessoa boa. 

– Sim, ela é uma pessoa incrível.

– Bruna me disse a mesma coisa. – Sorriu olhando suas mãos – Você está apaixonado?

– Eu não sei bem o que eu estou sentindo. – Brinquei com meus pés – Ela me causa uma sensação de paz, me sinto bem ao estar com ela.

– E ela sente o mesmo?

– Eu acredito que sim. – Falei simples – Ela não me olha como as outras pessoas, sabe? Que só enxergam o Luan Santana. – Tentei explicar – Ela me olha como eu sou aqui com a senhora.

– Isso é lindo da parte dela. 

– Ela é uma pessoa boa. – Sorri a olhando – Tem um coração lindo e uma alma mais linda ainda.

– Você está realmente apaixonado. – Segurou minha mão – Por que você está tão confuso?

– Porque as coisas não são tão fáceis assim, a senhora sabe. – Ela concordou com a cabeça – Eu queria voltar no tempo, queria fazer tudo diferente e poder conhecer Alice novamente.

– Mas infelizmente você não pode, mas pode mudar as coisas daqui pra frente.

– Como?

– Apenas siga seu coração, meu filho. – Segurou mais forte minha mão – Se você acha que Alice poder ser uma boa pessoa pra você, então não desista.

– Eu a convidei para ir ao show de sábado.

– Sério? Ótimo, assim eu a conheço.

– Tenho certeza que a senhora vai amar conhecê-la. – Brinquei com seus cabelos – Ela tem um pouco do seu jeito.

Ela sorriu me abraçando, com sua doçura inconfundível e seu amor sem medidas, ela era compreensível e paciente. Minha mãe sempre sabia o que dizer, na hora certeza, com tanta convicção e segurança daquilo que era o certo a ser feito. Com toda certeza ela amaria Alice, assim como eu sabia que era impossível Alice não se apaixonar de primeira pela minha rainha. Ela continuou ali comigo por longos minutos, eram momentos preciosos, momentos que eu fazia de tudo para se tornarem constantes, mesmo com toda a correria da minha vida. Logo descemos para jantar com o pessoal, todos estavam bem animados e acabei afastando um pouco toda a confusão que se instalou em minha cabeça. Aproveitei bastante com meus tios e primos, fizemos uma moda boa, um churrasco de primeira e uma bebida para acompanhar. Estava amanhecendo quando nos recolhemos, tomei um banho quente, coloquei uma roupa confortável e me deitei. A todo o momento em que eu me aquietava, Alice voltava a morar nos meus pensamentos e quase que de imediato, aquele desejo de estar com ela voltava com tudo. Eu poderia estar confuso em relação aos meus sentimentos, mas de uma coisa eu tinha certeza, Alice não sairia assim tão fácil da minha vida.

Era quase seis da noite quando seguimos todos para o local do show, eu me sentia extremamente confortável ao subir no palco daquele lugar que tanto me incentivou a ser o cara que hoje eu sou. Eu me sentia feliz e realizado, sentia meu coração se encher de uma alegria sem tamanho. Atendi uma galera que estava fora do local, seguimos para o camarim e lá comecei a atender a imprensa, alguns contratantes e finalmente receber ainda mais carinho dos meus fãs. Recebi alguns presentes, abraços, beijos e muitas declarações de amor. A cada dia eu me sentia mais grato a Deus por todo esse amor e admiração que eles sentem por mim. Depois de atender todo mundo, me avisaram que eu ainda teria alguns minutos antes de subir ao palco. Peguei meu celular e antes que eu pensasse em mandar uma mensagem para Alice, vi o testa entrar no camarim com alguém muito especial.

– Você ainda pode me atender? – Ela entrou sorridente.

– Daniela? – Sorri a abraçando – Que saudade de você!

– Saudade também, meu menino! – Beijou meu rosto.

Daniela era uma amiga muito especial, fomos namorados quando eu ainda morava aqui em Campo Grande, foi muito complicado o término do nosso namoro, mas nunca deixamos isso abalar nossa amizade. Confesso que Dani foi um dos meus grandes amores, terminamos quando eu estava no inicio da minha carreira e ela tinha todo o direito de não querer mergulhar nessa aventura comigo. Eu ainda sentia um carinho muito grande por ela, lembro que por duas vezes depois que voltei aqui em Campo Grande, nós nos encontramos e acabamos tendo uma recaída. Porém eu sentia que nada era mais como antes, que todo o amor que eu sentia por ela ficou lá atrás, que todo o sentimento se transformou em amizade e continuou.

– Por que não me avisou que viria? – Perguntei desfazendo o abraço.

– Só quis fazer uma surpresa. – Falou tímida – Como você está? – Arrumou meu cabelo.

– Estou feliz em te ver. – Sorri – Fazia um tempinho que a gente não se encontrava.

– Eu senti sua falta.

– Fica com o pessoal lá no camarote. – Pedi tomando um pouco de água – Meus pais estão lá.

– A Bruna está aí também? – Perguntou animada.

– Está sim.

– Vai querer tirar uma foto, Dani? – Rober perguntou a olhando.

– Vou sim. – Respondeu entregando o celular.

– Tira uma foto bem linda, testa. – Pedi a abraçando.

– Ficaram ótimas. – Rober devolveu seu celular.

– Obrigada, Rober! 

– Imagina... – A olhou – Luan, temos que ir.

– Te vejo no camarote? – Perguntei tomando o restante da minha água.

– Claro que sim. – Me abraçou carinhosa.

– Nós teremos uma comemoraçãozinha depois do show. – A olhei – Se você quiser ir.

– Aceito o convite. – Sorriu – Até depois do show. – Beijou meu rosto e saiu sorridente. 

O show estava prestes a começar, apenas tomei mais uma água e fiz uma oração com a minha equipe antes de entrar no palco. O local estava cheio, meu coração estava feliz em poder fazer aquilo que eu amo, principalmente por passar tanta alegria através das minhas músicas. Tudo estava maravilhosamente perfeito, meus fãs eram só amor e minha vontade era de continuar ali para sempre. Encerrei aquele show já sentindo uma vazio dentro do peito, uma saudade que me pedia pra voltar o quanto antes. Atendi alguns fãs na saída, me despedi de alguns amigos que encontrei ali e voltamos para o sitio do meu tio, onde lá eles preparam uma comemoração só para a família e alguns amigos próximos. Bebidas, comidas, umas modas, muito amor no lugar onde se encontrava algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Eu sentia saudade de estar com eles, de poder sentar e conversar como uma pessoa normal, porque era assim que eles me viam.

– Dani tá bonita pra caramba, hem? – Max comentou sentando ao meu lado.

– Realmente, ela tá linda. – Tomei um pouco da minha bebida.

– E aí? – Ele perguntou me olhando.

– O que?

– Não vai rolar um flashback?

– Eu não estou pensando nisso. – A olhei de longe – Ela tá linda, mas minha cabeça não está aqui.

– Ah, sim! – Começou a rir – Quando vai ver Alice?

– Sábado.

– E vai poder matar essa saudade que tá te matando.

– Tá tão nítido assim?

– Tá só escrito na sua testa. – Deu de ombros me fazendo rir.

– Estou mesmo com saudade da minha branquinha.

– Toda apaixonadinha. – Me zoou – Quero conhecer o amor da sua vida.

– Sábado você conhece.

Logo outros parentes no chamaram para cantar umas modas, com a ajuda de alguns microfones e vilão, animamos ainda mais aquele lugar. Alguns já estavam dançando, outros tentavam cantar, enquanto muitos já estavam bem animadinhos. Marquinhos começou a cantar uma música animada e então peguei Dani pelo braço para que ela dançasse comigo. Ela como sempre começou a rir sem parar, me roubando também algumas risadas, enquanto Bruna gravava tudo e jogava no snapchat.

– Segura esse casal de respeito. – Meu tio gritou fazendo o sorriso de Dani aumentar.

Ela segurou meu rosto com as duas mãos e colou nossas testas, me causando uma coisa boa ao sentir sua respiração se misturar com a minha. Continuamos dançando enquanto Bruna não parava de gravar, depois com certeza eu sentiria vontade de arrancar aquele celular da mão dela. Agradeci quando a música acabou e eu me afastei dela com todo cuidado, ou pelo contrário eu faria uma besteira ali na frente de todo mundo. Sorri a olhando e inventei que eu precisava urgente ir ao banheiro, com certeza deixei Dani sem entender e com uma cara de decepcionada. Entrei realmente no banheiro, encostei-me à porta, senti minha respiração pesada e tentei relaxar. O que adiantaria eu me permitir ter mais uma recaída com Dani, sendo que meu pensamento está em Alice? O que adiantaria brincar com os sentimentos dela? Eu não poderia fazer isso, por mais que quisesse muito, mas eu estaria brincando comigo mesmo. Depois de alguns segundo sai do banheiro, mas para a minha surpresa encontrei Dani encostada na parede me olhando.

– Dani? – A olhei – Tá tudo bem?

– Estaria melhor se você não estivesse fugindo de mim. – Se aproximou – O que tá acontecendo, Luan?

– Fugindo de você? – Sorri nervoso – Não está acontecendo nada.

– Então por que você não admite logo que também quer a mesma coisa que eu? – Colou nossos corpos.

– E o que você quer?

– Você sabe o que eu quero. – E sem me dar chances de responder qualquer coisa, ela selou nossos lábios em beijo bom.

Eu não queria negar que aquilo estava bom, suas mãos eram ágeis e arranhavam minha nuca causando-me um arrepio. O seu beijo era quente, seu gosto era familiar e me fazia voltar no tempo em que estávamos juntos. Eu gostaria muito de continuar ali, se não fosse minha consciência me pedindo para dar um basta naquilo.

– Dani... – Interrompi o beijo tentando recuperar minha respiração – Desculpa, mas eu não posso continuar com isso.

– E por que não? – Perguntou confusa.

– Porque eu estou com uma pessoa. – Se afastou me olhando. – Desculpa.

– Eu que tenho que te pedir desculpas, eu não sabia que você estava namorando. – Falou sem me olhar – Nossa, eu sou uma idiota.

– Não fala isso. – Segurei seu braço – Você sabe a importância que tem na minha vida. – Levantei seu rosto para que me olhasse – Eu gosto muito de você, Dani.

– Eu preciso ir embora. – Falou me olhando – A gente se vê qualquer dia desses. – Sorriu fraco.

– Não precisa você ir. – Segurei sua mão – Fica mais um pouco.

– Não, eu realmente preciso ir. – Me abraçou com todo o carinho – Se cuida. – E saiu com pressa.

– Se cuida você também. – Falei um pouco alto, mas com certeza ela não ouviu.

Sentei ali mesmo no chão, coloquei minhas mãos na cabeça e pensei em tudo o que estava acontecendo. “Olha o que você está fazendo comigo, Alice.” Pensei comigo mesmo tentando compreender a loucura que a minha vida estava se tornando. Senti-me na necessidade de ouvir sua voz para acalmar meu coração, mas já estava muito tarde para ligar assim. Então minha alternativa foi tentar me acostumar com a dor que a ausência dela me causava. Eu não fazia ideia até onde isso poderia ir, mas se eu estivesse com ela tudo se tornaria mais fácil. 

4 comentários:

  1. Que tombo foi esse capítulo Patriciaaaa 😂😂😂😱😱

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  2. Babadeiro esse capítulo. Luan meu filho, se Alice ver esses snaps não irá gostar nenhum pouco. Ainda se beijaram 😒
    Gostei disso não. Vou contar pra Alice.😒
    Quero só ver no que nisso vai dar.

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  3. Que capitulo foi esse jesus kkkkkkkkkk.algo me diz que miga alice nao vai gostar nem um pouco do que vai ver,sera que esse encontro de sabado sai depois disso? Tomaraaaaa
    Gaby

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  4. Vish... Alice vai gostar nada se ver esses snaps aí

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