sexta-feira, 8 de setembro de 2017

(Capítulo 55 – Show do Rio)

Era quase 18h quando já estávamos prontos, Wellington levou nossas malas, pois assim que acabasse o show, seguiríamos direto para Uberlândia. Encontramos seu Amarildo, Arleyde e Rober que aguardavam o elevador. Cumprimentei o pai de Luan, que como sempre, foi muito simpático comigo e com todos que estavam ao seu redor. Descemos direto para o estacionamento, entramos na van que nos esperava e seguimos para o local do show. Durante todo o percurso, o pessoal conversava, brincava, cantava, mas percebi que naquela noite Luan não estava tão animado como os outros dias. O olhei tentando tirar algo dele, mas notei que ele estava longe, então preferi deixá-lo quieto com seus pensamentos. Quando chegamos ao local do show, alguns fãs nos encontravam eufóricos, respirei fundo tentando controlar meu nervosismo. Luan me olhou carinhoso, tentando me passar toda a tranquilidade, mesmo sabendo que eu sempre ficava nervosa nesses momentos. Então ele desceu, logo após seu Amarildo e Arleyde também desceram da van e seguimos todos para o camarim. Graças a Deus ninguém prestou atenção em mim, os fãs realmente parecia estarem focados unicamente em Luan e eu agradeci muito por isso. Entramos no camarim rindo, pois Rober achava muito engraçado minha cara de assustada com tanta euforia dos fãs.

– Alice, você tem que se acostumar. – Seu Amarildo começou a rir.

– E eu consigo? – Abri uma garrafinha de água que Rober me ofereceu. – Luan realmente está fazendo o que ama, porque eu já teria ficado louca. – Falei fazendo os três rirem.

– Uau! Hoje eles estão animados, vocês viram? – Luan entrou sentando logo ao meu lado – Oi, gatinha! – Reparei que tinha uma marca de batom no canto de sua boca.

– Estava aos beijos com quem? – Perguntei tirando o batom – Estava bom?

– Foi por pouco, amor... – Riu tentando se desculpar.

Enquanto Luan se arrumava, atendia a imprensa, os fãs, eu fiquei no meu cantinho conversando com Laura por mensagens. Aquele momento era exclusivamente de dele, eu não queria atrapalhar, não queria ter que me intrometer em absolutamente nada. Quando percebi que o atendimento estava no final, voltei de mansinho para o camarim e mais uma vez me deparei com um Luan que eu não conhecia. Ele tinha os olhos pesados, parecia cansado, sem muito ânimo, coisa que me preocupou bastante. Antes que ele subisse, o abracei com todo o meu coração, passando minha energia boa e pensamentos positivos para aquela noite. Desejei a ele um maravilhoso show, ele me presenteou com um sorriso e aquele beijo que eu tanto amava. Foi quando ele subiu naquele palco, que finalmente eu consegui compreender que era ali a sua segunda casa. Era aquele lugar que o fazia se sentir preenchido, completo, transbordando amor por todas aquelas pessoas.
“Será que um dia poderemos explicar essa ligação que existe entre Luan e seus fãs?”
Coisa que não conseguir fugir dos meus pensamentos, uma única explicação para esse amor tão grande, puro e verdadeiro. Durante o show, quando ele cantou “Dia, Lugar e Hora” eles fizeram uma homenagem para Luan, soltando balões de coração por todo aquele lugar. Ele se emocionou, chorou, olhou nos olhos de cada um e agradeceu com um “eu amo vocês.” Emocionou todos que estavam presente, foi algo feito com amor, e quando isso acontece, é impossível dar errado. Ele sentou no palco, conversou com o publico, desabafou, disse que tudo o que faz é por eles e para eles. Era um amor recíproco, era emoção, alegria demais com aquele encontro de almas. Eu senti algo profundamente bom dentro de mim, senti principalmente a sensação maravilhosa de poder viver aquele momento ao lado dele. “Que privilegio” pensei. Quando o show estava no finalzinho, voltei para o camarim, tomei uma água e o esperei chegar para que pudéssemos ir embora.

– Que coisa linda, hem? – O entreguei uma garrafinha de água.

– Você viu? – Perguntou me olhando como uma criança – Não sei o que seria de mim sem eles... – Tentou falar, mas com aquele mesmo tom de tristeza na voz.

– Amor, tá tudo bem com você? – Me aproximei enxugando seu rosto.

– Está sim, princesa. – Beijou o canto da minha boca – Só estou um pouco cansado. 

– Nós já vamos? – Perguntei me aproximando. 

– Vou só trocar de roupa. – Selou nossos lábios.

Depois que Luan trocou de roupa, seguimos todos pra van, que mais uma vez nos esperava rodeada de fãs. Arleyde pediu que Luan seguisse na frente, logo depois seguimos eu, seu Amarildo, Rober e o restante do pessoal. Entrei rapidamente aos olhares de alguns fãs, meu menino acenou para eles, mandou beijo, recebeu alguns presentes e entrou na van. Ele sentou ao meu lado e foi todo o caminho até o aeroporto sem dar nenhuma palavra, enquanto brincava com meus dedos. Vez ou outra eu o olhava, ele me respondia com um meio sorriso, algumas vezes me beijava e assim seguimos. Quando chegamos ao aeroporto, encontramos alguns fãs na grade, tentando com muita insistência estender o braço e alcançar Luan. Ele me entregou seu celular, chamou Wellington e seguiu até onde elas estavam, levando muita alegria para cada uma. Ele se sentia completo ao estar com elas, sorria o tempo inteiro, era o amor mais recíproco que poderia existir. Depois do atendimento, ele se despediu com beijos e acenos, trouxe um ursinho de pelúcia que uma das meninas jogou por cima da grade e entramos todos no jatinho. Sentei de frente pra ele, queria poder passar um pouco de segurança a ele que tão facilmente se tornou meu ponto de paz.

– Elas perguntaram por você. – Falou assim que se sentou confortavelmente na poltrona.

– Perguntaram? – O olhei surpresa.

– Sim, te mandaram um beijo. – E então ele se aproximou me dando um beijo calmo.

– Tá cansado? – Perguntei com nossos rostos colados.

– Sim... – Confessou com um pouco de dificuldade.

– Então descansa um pouquinho. – Selei nossos lábios novamente.

Luan passou a viagem inteira inquieto, colocava os fones no ouvido, tirava os fones, mas não parava. Perdi as contas de quantas vezes ele virou para um lado e para o outro naquela poltrona, mas não encontrou uma boa posição. Com ele assim, era impossível eu parar, porque eu fiquei mais agoniada que ele que estava naquela situação. Não demorou muito para que chegássemos a Uberlândia, encontramos mais alguns fãs no aeroporto, Luan mesmo cansado fez questão de ir lá dar um “oi” pra eles. Quando entramos na van, ele colocou sua cabeça em minhas pernas, sempre com seu rosto virado para a minha barriga. Fiz um carinho bom seu cabelo, tentei fazer com que ele relaxasse um pouco, porque era claro que ele estava cansado. Depois de quase quarenta minutos chegamos ao hotel, descemos direto para o estacionamento, mesmo sabendo que alguns fãs esperavam lá fora.

– Tá com fome? – Luan perguntou quando estávamos seguindo para o elevador.

– Um pouco... – Respondi beijando seu rosto – E você?

– Estou, mas quero comer porcaria.

– Porcaria? – O olhei rindo.

– É amor... Aquelas besteiras, sabe?

– Batata frita, hambúrguer, sorvete? – Perguntei entrando no elevador.

– É isso mesmo.

Quando chegamos ao nosso andar, nos despedimos de todos, começamos a rir de quase uma queda de Rober e entramos em nosso quarto. Ele sentou logo na cama e pegou o telefone, discou um número e pediu várias bobagens para comer. Quando terminou de falar, desligou o telefone, tirou os sapatos e me olhou pensativo, como se quisesse ma falar algo.

– O que foi, meu amor? – Sentei ao seu lado – O que tá acontecendo com você?

– Não é nada, acho que muito cansaço. – Virou ficando de frente pra mim.

– Cansaço físico? Espiritual? Mental? – Perguntei arrumando seu cabelo.

– Acho que um pouco de cada um.

– Você sabe que pode desabafar comigo, se quiser me contar o que está sentindo. – Ele não disse nada, apenas me abraçou colocando sua cabeça em meu ombro.

– Você sabe que eu te amo, não sabe? – Ele sussurrou.

– Sim, claro que eu sei.

– Toma um banho comigo?

Eu não disse nada, apenas segurei sua mão e seguimos para o banheiro, como ele queria. Tirei sua roupa com cuidado, enquanto ele me olhava com uma carinha linda, fazendo com que eu me apaixonasse ainda mais por ele. Tirei minha roupa também, entrei com ele e tomamos um banho sem nenhum tipo de intenção, mas apenas sentindo todo o amor que um sentia pelo outro.

– Você tá tenso. – O abracei com toda força. – Precisa relaxar um pouquinho.

– Sua presença me faz um bem enorme. – Me olhou nos olhos – Eu não sei o que seria de mim sem você aqui. – Beijou minha testa, minha bochecha, meu queixo e por fim ele beijou minha boca, me fazendo sentir o doce sabor do seu beijo.

– Não esquece que eu te amo, muito? – Perguntei quando encerremos os beijos.

 – Eu nunca vou esquecer.

Depois de nosso demorado banho, colocamos um roupão, voltamos para o quarto e ouvimos alguém bater na porta. Olhamos um para o outro e começamos a rir, Luan não queria ir, mas também não me deixou ir porque eu estava de roupão.

– Você não vai atender, me deixa ir lá? – Pedi o olhando.  

– Tá, mas eu estarei de olho bem aqui.

Atendi o rapaz que era extremamente simpático, nem sequer prestou atenção se eu estava ou não de roupão. Pedi que ele deixasse nosso jantar ali mesmo na mesa, peguei com Luan uma gorjeta e feliz ele foi embora. Levei nossos pratos para a cama e ele me olhou levantando lindamente uma sobrancelha.

– O que foi? – Perguntei pegando uma batatinha.

– Ele era simpático demais, você não achou?

– E isso não é bom? – Coloquei uma batata em sua boca – Prova que o atendimento desse hotel é excelente, né?

Jantamos como duas crianças, comemos, nos lambuzamos, fizemos tudo o que tinha direito naquela noite. Luan era lindo, de todas as maneiras possíveis, fazendo com que meu coração não aguentasse de tanto amor. Algumas vezes ele parecia relaxar, começava a rir como um menino feliz por ganhar aquele presente. Outras vezes eu percebia um peso em sua voz, assim como em seu corpo inteiro, coisa que me preocupava bastante. Depois que terminamos de jantar, deixamos tudo de lado, deitamos na cama e comecei uma massagem em Luan.

– Já te disseram que você tem mãos de fada?

– Não, porque eu não ando fazendo massagem em qualquer pessoa. – brinquei.

– Ainda bem. – Fechou os olhos tentando relaxar – Mas essa massagem é muito boa.

– Quer conversar? – Perguntei enquanto acariciava sua nuca.

– Ás vezes acredito que as coisas não estão indo como eu quero, porque meus fãs merecem tudo de mim. 

– E você não acha que já faz demais?

– Eu sinceramente acho que meus fãs merecem mais, eu preciso fazer o melhor pra eles.

– Mas você já faz o melhor.

– Mas a questão é que sempre tem o melhor do melhor. – Me olhou confuso – Eu preciso ser melhor, você entende?

– Você quer saber o que eu acho? – Ele apenas concordou com a cabeça – Acho que você precisa parar de querer provar para as pessoas que você é capaz, porque isso você já fez. – Sentou ainda me olhando – Você só vai se desgastar, vai chegar um momento que você não vai aguentar toda essa pressão.

– Eu estou me sentindo esgotado, mas não é dos meus fãs, nem do meu trabalho, mas de mim.

– Você precisa dar um basta nisso e começar a aproveitar tudo o que você já conquistou. – Fiz carinho em seu rosto – Você já é o melhor.

– Será? 

– Você sabe que é, mas não consegue se contentar com isso.

– Estou no meu limite.

– Sabe o que você poderia fazer? – O puxei para que ele deitasse comigo – Você poderia viajar, tirar um tempo pra descansar, sem ninguém pra mandar você fazer isso ou aquilo.

– Vem comigo? – Perguntou animado.

– O que?

– Viaja comigo, só nós dois.

– Amor, mas eu estava...

– Que graça tem eu viajar sem você? – Me interrompeu – Só vou sofrer mais de saudade.

– Tem certeza? – Concordou beijando o canto da minha boca – E pra onde iríamos?

– Pra qualquer lugar que não nos perturbassem. – Me olhou – Seria maravilhoso poder passar um tempo sozinho com você.

– Seria ótimo mesmo. – Selei nossos lábios.

– Próximo final de semana eu estou livre, terei cinco dias em casa.

– Hum... – Pensei – Acho que consigo tirar um final de semana.

Naquela noite ele dormiu sentindo os meus carinhos, tentei passar o máximo de tempo com ele em meu colo, sentindo a maravilhosa sensação de ter meu mundo em meus braços. Essa viagem seria ótima para que ele descansasse, mesmo eu estando junto, mas faria que ele tirasse um tempo para refletir um pouco em sua vida. 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

(Capítulo 54 – Insegurança)

Expliquei a Luan tudo o que aconteceu no meu final de semana, ele me ouvia atento, como se quisesse falar algo, mas deixava sempre que eu terminasse. Tudo era tão complicado, era ainda mais complicado ter que envolver Luan em toda essa bagunça que é minha vida. Conversamos por longos minutos, ele tentava me compreender, ao mesmo tempo em que tentava se colocar no lugar de meu pai. Era sempre assim, Luan nunca colocava a culpa em alguém por certa situação, mas sempre olhava os dois lados. Eu amava conversar com ele, amava me sentir confortável ao dividir minha vida com ele, porque me trazia paz. 

– Tente não se preocupar muito com isso, por mais que pareça impossível. – Acariciou meu rosto – Você precisa focar no seu trabalho, na sua felicidade.

– Boa parte da minha felicidade vem de você. – Confessei o olhando.

– E a minha de você. – Beijou o canto da minha boca – Por isso quero sempre te ver bem.

– Eu estou ótima com você aqui. – E então me aproximei o beijando com carinho.

– Com licença, casal. – Laura nos interrompeu – Mas você precisa tomar essa sopa.

– Você me ajuda? – Perguntei olhando Luan.

– Posso tentar.

Enquanto eu tomava minha sopa com a ajuda de Luan, conversamos sobre assuntos banais, fazendo com que eu esquecesse um pouco o meu final de semana. Depois passamos o restante da tarde no meu quarto namorando, acabei pegando no sono com os carinhos de Luan, só acordei ao ouvir meu celular tocando. Abri meus olhos e ele já não estava mais ao meu lado, olhei meu celular e tinha duas ligações perdidas de Benjamim. Já se passava das 20h, acabei me assustando um pouco com o tempo que dormi, mas me senti bem mais descansada e sem nenhum pingo de dor de cabeça. Levantei ainda um pouco tonta por conta do sono, coloquei minhas pantufas, abri a porta e ouvi a risada de algumas pessoas vindo da sala. Caminhei com passos lentos, encontrando Luan, Laura e Douglas conversando animadamente na sala.

– Boa noite! – Falei olhando os três.

– Descansou? – Laura perguntou.

– Uhum...

– Vem cá. – Luan me chamou – Tá melhorzinha? – Apenas concordei com a cabeça enquanto me aconchegava em seus braços.

– Estou com fome.

– Vamos pedir uma pizza? – Douglas quase gritou.

– Vamos? – Laura concordou animada.

– Só se pedirem sorvete junto. – Reclamei.

– Existe alguma coisa nesse mundo que você ame mais que sorvete. – Luan perguntou colocando minhas pernas sobre as suas.

– Existe... Você. – O olhei carinhosa.

– Uau! Que declaração de amor, hem? – Douglas nos olhou rindo.

– Você é coisa mais preciosa desse mundo. – Luan beijou meu rosto – Te amo... – Sussurrou em meu ouvido.

Enquanto esperávamos nosso jantar chegar, ficamos conversando sobre bobagens, ao mesmo tempo em que eu recebia muito carinho de Luan. Era maravilhoso tê-lo ali comigo naquele momento, porque toda a força que eu precisava vinha dele, vinha desse amor. Eu queria muito que ele dormisse comigo naquela noite, mas ele mesmo achou melhor ir pra casa, pois eu precisaria descansar para o dia seguinte. E foi exatamente o que eu fiz, descansei bastante e acordei nova, me sentindo muito bem e com uma vontade enorme de ser feliz.

Uma semana depois...  

Essa semana foi extremamente corrida, quase não consegui respirar, fora o pouquíssimo tempo para me alimentar e descansar direito. Mas finalmente essa semana acabou, sábado chegou e com ele meu reencontro com aquele que tanto me traz felicidade. Rio de Janeiro era meu destino da vez, eu estava chegando ao hotel onde Luan estava hospedado, mas ele não sabia disso. Estava combinado de que eu chegaria apenas na hora do show, pois inventei um compromisso na agência, fazendo com que ele ficasse irritado e triste ao mesmo tempo. Combinei com Rober minha chegada, Claudio me pegou no aeroporto e seguimos para o hotel. Eu estava morrendo de saudade dele, de seu cheiro, seu beijo e tudo o que eu mais queria era poder ficar abraçadinha com ele pra sempre.

– Oi, Alice! – Rober me cumprimentou – Tudo bem?

– Tudo ótimo, Rober! – Sorri – Ele tá no quarto? – Perguntei quando entramos no elevador.

– Ele está em reunião com Amarildo e Arleyde. – Respondeu simpático – Vai ter uma surpresa quando voltar para o quarto.

– Essa é minha intenção. – Começamos a rir.

Quando chegamos ao quarto de Luan, Rober destrancou a porta, me ajudou com minha mala e depois saiu me deixando sozinha. O cheiro dele estava no ar, sua roupa sobre a cama, alguns cremes espalhados no banheiro e uma leve sensação de paz invadiu meu coração. Enquanto eu esperava Luan voltar, aproveitei para mandar uma mensagem para Laura e tomar um banho bem frio. Enquanto a água escorria por meu corpo, eu sentia uma necessidade enorme de ter Luan comigo naquele momento. Depois do meu banho demorado, coloquei um roupão fofinho que encontrei, sai do banheiro e ouvi o barulho da porta.

– Amorrrr? – Ouvi sua voz me chamando com aquele sotaque tão dele – É você que tá aí? – E então me encontrou o olhando só de roupão e tentando secar meu cabelo.

– Oi, meu bem! – Sorri o olhando, enquanto ele corria para meus braços.

– Você me enganou? – Me abraçou forte – Que cheirinho bom... – Cheirou meu pescoço.

– Só quis fazer uma surpresa. – Tentei falar enquanto ele me apertava.

– E que surpresa, hem? – Me olhou com nossos rostos colados – É tão bom ter você aqui, poder sentir seu cheiro, te segurar em meus braços. – Me apertou ainda mais – Você não faz ideia da minha saudade. – Sussurrou encostando seus lábios nos meus.

– Só não é maior que a minha. – Respondi com meus olhos fechados – Eu te amo... – Falei selando nossos lábios em um de nossos melhores beijos.

Luan intensificou nosso beijo, fazendo com que eu me sentisse no céu, mas ao mesmo tempo sem tirar os pés do chão. Ele me levou até a cama, deitando cuidadosamente em cima de mim, fazendo todo meu corpo acender de um desejo incomum. Quanto mais nos beijávamos, mais a vontade aumentava, mais o meu corpo suplicava pelo dele, mais nosso amor se fortalecia.

– Sabia que você fica maravilhosa assim? – Falou interrompendo o beijo.

– Assim como? – Perguntei ainda sem fôlego.

– Só de roupão, toda molhadinha, nua, inteira pra mim. – Falou colocando sua mão por dentro do roupão – Gostosa demais. – Espremeu os olhos – É sério que tudo isso é meu? – Levantou um pouco desamarrando meu roupão.

– Tudo seu. – Mordi meus lábios com desejo.

– Eu sou o homem mais sortudo desse mundo, sabia? – Tirou de vez meu roupão jogando-o no chão – Alice, eu sou louco por você!

E assim nós fizemos amor, com uma mistura de saudade, desejo, paixão e um amor que se fortalecia a cada milésimo de segundo. O respeito que Luan tinha por mim era algo encantador, esse carinho com que ele cuidava do meu corpo, dos meus sentimentos, do meu amor. Sinceramente, foram poucas às vezes em que fizemos amor como naquela tarde de sábado, foi algo surreal. Eu me sentia amada, querida, desejada por aquele homem que eu tanto amava, ele tinha o prazer de fazer com que eu me sentisse importante. Só que em meio a tudo isso, eu não imaginei que em algum momento eu poderia me sentir insuficiente. Quando chegamos ao nosso ápice juntos, senti algo profundamente ruim dentro de mim, algo que me deixou triste. Eu não queria, mas naquele momento senti como se eu fosse só mais uma na vida de Luan. Ao mesmo tempo em que eu me sentia usada, não me sentia digna de estar ao lado dele, nem naquele momento, nem nunca. Tentei tirar aqueles pensamentos perturbadores da minha cabeça, mas parecia mais forte que eu.

– Amor? – Me chamou encostando seu corpo no meu – O que foi? – Perguntou tentando me olhar.

– Nada... – Tentei falar sem que eu precisasse olhar em seus olhos.

– Eu te machuquei? – Perguntou preocupado.

– Claro que não, meu amor! – Respondi forçando um sorriso.

– Não quer falar?

– Eu quero tomar outro banho. – Levantei pegando o roupão.

Enquanto eu entrava no banheiro, fiquei tentando afastar aqueles pensamentos, por mais difícil que poderia ser. Deixei o roupão de lado, abri o chuveiro e deixei que a água fria banhasse meu corpo, sentindo uma sensação ruim tomar meu coração. Eu não queria ter que pensar em nada disso, não queria estragar meu momento com ele, eu só queria poder ser feliz. Enquanto eu estava presa em meus pensamentos, tomei um pequeno susto ao senti Luan me abraçando por trás. Ele me prendeu em seus braços, fazendo com que eu me sentisse segura e confortável, encostei minha cabeça em seu peito e respirei fundo. Depois de um bom tempo sentindo seu corpo no meu, senti necessidade de olhar em seus olhos e falar tudo o que me incomodava. Tirei seus braços de minha cintura, me virei fazendo com que ele me olhasse ainda preocupado.

– Eu tenho tanto medo de te perder. – Falei sincera – Tenho tanto medo de tudo isso acabar.

– E tem motivos para que você se preocupe com isso? – Perguntou encostando nossos corpos novamente – Em algum momento eu te deixei duvidar do que eu sinto?

– E se o que a gente sente um pelo outro não for suficiente? – Perguntei o olhando.

– Suficiente pra que?

– Pra você não se cansar de mim e simplesmente ir atrás de outra. – Ele levantou lindamente uma sobrancelha – Tem muitas mulheres lindas atrás de vocês...

– É disso que você tem medo? – Me interrompeu – Tem medo de que eu me canse de você e vá atrás de outra?

– Luan...

– Como que você pode falar um absurdo desses? – Segurou meu rosto para que eu o olhasse – Alice, eu não quero outra mulher.

– Não?

– A mulher que eu quero está bem aqui na minha frente. – Falou sincero – Amor, você não é como as outras.

– Me desculpa... – O abracei – Não sei por que fico pensando nisso.

– Porque você não confia em mim.

– Claro que eu confio em você, Luan!

– Então tira essa insegurança do seu coração e se permita ser feliz comigo. – Beijou minha testa.

– Eu quero ficar aqui com você pra sempre. – O abracei muito forte.

– Podemos dar um jeito nisso. – Brincou me fazendo rir.

– Podemos?

– A gente casa e fica por aqui mesmo. – Me puxou para mais perto dele.

– Acho uma ideia ótima. – Sorri.

Enquanto terminávamos de tomar nosso banho, Luan conseguiu tirar todos os piores pensamentos da minha cabeça, apenas com algumas palavras de amor e confiança. Passamos o restante do nosso dia namorando, conversando, até conseguimos tirar um cochilo antes do show. Era dessa paz que eu precisava, dessa felicidade para me sustentar, de pensamentos positivos e cheios de verdade para não me deixar fraquejar.